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Núcleo Cultural da Horta associou-se às comemorações do bicentenário do nascimento do Duque de Ávila e Bolama

Várias manifestações de carácter sócio-cultural assinalaram, dias 8 e 9 de Março de 2007, na cidade da Horta, o bicentenário do nascimento do Duque de Ávila e Bolama (1807-1881).

As comemorações, que se prolongaram até dia 3 de Maio, foram uma organização conjunta da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, da Presidência do Governo, da Câmara Municipal da Horta, da Junta de Freguesia da Matriz e do Núcleo Cultural da Horta.

Na manhã do dia 8, os presidentes do Parlamento açoriano e do Município faialense procederam à deposição de uma coroa de flores junto da estátua do Duque de Ávila e Bolama, no largo que tem o seu nome. À noite, a RTP/Açores, associando-se a esta homenagem, transmitiu o documentário O plebeu que chegou a duque, enquanto que, no Teatro Faialense, a partir das 21 horas, teve lugar a sessão solene do bicentenário, durante a qual foram lançados uma medalha comemorativa, o opúsculo António José de Ávila, Presidente da Câmara Municipal (1831-1832) e o livro Duque de Ávila e Bolama. Fotobiografia.

Assinado por José Miguel Sardica, docente da Universidade Católica de Lisboa, este último título, numa tiragem de 750 exemplares, é uma co-edição da Câmara Municipal da Horta e do Núcleo Cultura da Horta, com o alto patrocínio da Presidência do Governo Regional e os apoios da Assembleia da República e da Assembleia Legislativa Regional.

Nesse mesmo dia, foram lançados, também, um carimbo filatélico comemorativo e os concursos Quem foi o Duque de Ávila e Bolama? e Duque deÁvila e Bolama. Um ilustre faialense, destinados, respectivamente, aos alunos da Escola Básica Integrada da Horta – que brevemente passará a designar-se Escola Básica Integrada António José de Ávila, em homenagem àquele distinto faialense – e da Escola Secundária Manuel de Arriaga.

Já no dia 9, e por iniciativa do Parlamento regional, decorreu durante todo o dia, no Hotel Canal, na Horta, um colóquio comemorativo dos 200 anos do nascimento do Duque de Ávila e Bolama, enquanto, à tarde, tiveram lugar o descerramento de um quadro do homenageado nos Paços do Concelho da Horta e a inauguração da exposição Duque de Ávila e Bolama - o Estadista.

Ainda no âmbito destas comemorações, o investigador José Miguel Sardica proferiu dia 23 de Março, na Casa dos Açores em Lisboa, a conferência O Duque de Ávila e Bolama – Percurso Biográfico na Elite Política, Social, Cultural e Diplomática do Século XIX.

Natural da Horta, onde nasceu há 200 anos, António José de Ávila é bem o exemplo do sucesso da inteligência e vontade na sociedade liberal oitocentista. Nascido no seio de uma família humilde, Ávila ascendeu aos mais altos cargos políticos da Nação, tendo acumulado, ao longo de uma prolongada carreira, 11 mandatos de deputado, 20 anos como Par do Reino, 20 pastas ministeriais e três presidências do Conselho de Ministros.

A questão sobre a posse da ilha de Bolama, finalmente resolvida a favor de Portugal em Abril de 1870, constituiu não só o seu maior feito político-diplomático – que lhe valeu ter passado de Conde de Ávila a Marquês (e depois Duque) de Ávila e Bolama – mas, também, aquela que foi a mais saborosa vitória da diplomacia portuguesa oitocentista face à Inglaterra.

Escolhido para ser a voz do Governo nos congressos internacionais de Estatística de 1853 (Bruxelas), 1855 (Paris) e 1863 (Berlim), e na Conferência Monetária Europeia de 1867 (Paris), António José de Ávila foi, ainda, embaixador em Madrid e em Paris e chefiou as representações nacionais enviadas às exposições universais de Paris (1855 e 1867) e de Viena (1873).

Entre os cargos para os quais foi nomeado contam-se, igualmente, os de presidente da Câmara da Horta, provedor do concelho da Horta, sub-prefeito de São Miguel, prefeito da Horta, administrador-geral de Évora e do Porto, director da Companhia das Lezírias, presidente do Supremo Tribunal Administrativo, governador da Companhia do Crédito Predial e do Banco Hipotecário e vice-presidente da Academia de Ciências de Lisboa.

Recebeu quase 40 diplomas nacionais e estrangeiros, de índole científica e benemérita, a que juntou mais de três dezenas de títulos e condecorações nacionais – entre as quais a grã-cruz das ordens de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Santiago da Espada, de Cristo e da Torre e Espada – e estrangeiras, que, como ironizava a imprensa da época, o faziam rivalizar, quer com o Duque de Saldanha, quer com Fontes Pereira de Melo, na “categoria de homem mais condecorado do mundo”.

Última actualização a 02.07.2007 Voltar ao topo