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História

I - A ideia de um Núcleo de Cultura no Faial
O Núcleo Cultural Manuel de Arriaga

A ideia de criar na ilha do Faial um organismo que «promovesse uma maior democratização da cultura geral, sobretudo literária» remonta a 1939. Foi um dos seus impulsionadores, Silva Peixoto, que, assumindo a sua paternidade, confirma que, quando chegou à Horta, em 1939, constituiu uma das suas primeiras preocupações a fundação de um organismo «que promovesse uma maior democratização da cultura geral, sobretudo literária. Os grandes escritores contemporâneos eram inteiramente desconhecidos na Ilha do Faial, tanto os nacionais como os estrangeiros. Ninguém falava em Fernando Pessoa, José Régio, Gaspar Simões. Desconhecia-se uma revista como Presença de Coimbra, ou Momento de Lisboa. A ignorância dos autores estrangeiros era ainda maior. Em matéria literária tínhamos um atraso de meio século.» Por isso, concluía, tornava-se imperiosa a criação de «um Núcleo de cultura» (Peixoto, 1955).

No mesmo sentido se pronunciou Marcelino Lima, nome proeminente da intelectualidade faialense. Numa palestra realizada na Sociedade Amor da Pátria, em Novembro de 1939, aquele autor referia-se «à decadência intelectual que encontra na Horta, outrora tão rica de talentos privilegiados» e que, por isso, urgia «ir ao encontro deste mal, travar o mais sublime dos combates que é o levantamento e o progresso espiritual do nosso povo [...]. Precisamos formar uma elite intelectual a quem se possa entregar os destinos do nosso distrito [...]» (Peixoto, 1939). Tal seria a «necessidade imperiosa» que um «Núcleo de Cultura» viria colmatar.

A Comissão Organizadora que preparou a sua constituição era formada por Silva Peixoto, Júlio Andrade e Amílcar Goulart. Juntaram-se-lhes, como sócios fundadores, Marcelino Lima, Osório Goulart e Santos Silveira, entre outros.

A 1 de Dezembro de 1939, foi formalmente constituído o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, com sede na Horta, tomando assim por patrono «um dos mais distintos Filhos da Ilha do Faial, e que tanto se tinha preocupado com a cultura popular» (Peixoto, 1955).

O acto inaugural aconteceu nas salas da Sociedade Literária Artista Faialense e presidiu à mesa da sessão José Osório Goulart «que dava a sua direita à também ilustre poetisa da nossa Terra, D. Ana Adelina da Costa Nunes, e a sua esquerda ao Sr. Amílcar Goulart, notável dramaturgo [...]» (Correio da Horta, 5.12.1939).

O artigo primeiro dos Estatutos referia que «é fundado na Horta um organismo de propaganda literária e artística e de cultura popular, cujos fins são o desenvolvimento das Artes e da Literatura, fazendo a propaganda dos escritores portugueses e das suas obras e alargando os conhecimentos gerais, não só dos seus associados como principalmente do meio em que exerce a sua acção» (Correio da Horta, 5.12.1939).

Era missão do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga «[...] ser não só um órgão de difusão da cultura como ainda um elemento orientador em matéria literária e artística. Destina-se também a ser um elemento de unidade e coesão, empregando todas as suas actividades num só corpo destinado a servir a cultura do povo e o progresso intelectual do meio em que age» (Correio da Horta, 5.12.1939).

Disponibilizando-se para, na medida das suas possibilidades, procurar estender a sua acção às restantes ilhas do ex-Distrito da Horta (Pico, Flores e Corvo), o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga consagrava estatutariamente o uso dos seguintes meios: a) a palestra e a conferência, para cuja realização «convidará os seus sócios ou pessoas estranhas a ele.» (Correio da Horta, 5.12.1939); b) o teatro, devendo, neste âmbito, manter «um grupo dramático que fará representar peças tanto nacionais como estrangeiras, comprometendo-se a apresentar anualmente um original assinado por um escritor de qualquer das quatro ilhas do Distrito.» (Correio da Horta, 5.12.1939); c) a imprensa, prevendo-se «a fundação de um jornal, e no caso de não ser possível a realização deste objectivo, o Núcleo, mediante prévia combinação com qualquer periódico local, poderá organizar uma página exclusivamente destinada à sua propaganda.» (Correio da Horta, 5.12.1939); d) a música, onde o Núcleo procurará colaborar na «constituição duma orquestra sinfónica do nosso meio» (Correio da Horta, 5.12.1939).

Integravam ainda os Estatutos, alguns capítulos relativos aos sócios, à Direcção, à Sede e terminavam com as habituais disposições transitórias.

Nessa sessão de 1 de Dezembro, foi eleito por aclamação, para primeiro Presidente do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, o «patriarca das Letras Açoreanas, poeta e orador Osório Goulart» (Peixoto, 1955). No final da reunião, foi comunicada a recepção de duas cartas: uma de José Machado Serpa, «apoiando tão sublime missão», e outra no mesmo sentido do Presidente da Junta Geral, José da Silva Ribeiro Peixinho.

Em 1955, dezasseis anos depois, Silva Peixoto, em artigo publicado no jornal Correio da Horta, fazia, como um dos fundadores do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, o balanço crítico da actividade daquele organismo. No domínio das conferências, referia ele, «o Núcleo organizou um sarau músico-literário para comemorar o centenário do nascimento de Júlio Dinis, único a realizar-se no Arquipélago dos Açores. O segundo serão, efectuado, como o primeiro, no Grémio Literário, desandou em cenas de pugilato por virtude de uns oficiais de marinha, que, embriagados, começaram a invectivar os conferentes e as próprias pessoas presentes. E foi o último» (Peixoto, 1955).

No teatro, «o Núcleo não chegou a fazer nada, embora aí tivéssemos grandes esperanças. Eu próprio comprara em Lisboa a cópia dactilografada de uma peça célebre que pensava fazer a estreia do grupo cénico do Núcleo. Mas nasceram dificuldades de montagem e o projecto foi posto de parte [...]» (Peixoto, 1955).

Quanto à imprensa, o Núcleo «sem meios materiais, teve que aceitar as duas páginas semanais que lhe ofereceram os dois diários da Horta» (Peixoto, 1955).

Com efeito, a partir de 11 de Janeiro de 1940, no jornal Correio da Horta, e 12 de Janeiro, no jornal O Telégrafo, semanalmente, o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga publicou uma página da sua responsabilidade, cuja periodicidade se manteve regular no Correio da Horta até Junho. A partir de Julho, ela foi publicada mais esparsamente e terminou a 11 de Setembro de 1940, com o número 25. N’O Telégrafo, a periodicidade manteve-se regular até Julho, tornando-se, a partir daí, irregular e terminando também a 19 de Setembro, com o número 24.

Ao longo destes nove meses, colaboraram na página publicada no Correio da Horta, Osório Goulart, Amílcar Goulart, Silva Peixoto, Helena Graça Rodrigues, Agnelo Casimiro, Manuel Faria de Melo, José dos Santos Silveira, Júlio Andrade, Raul Tânger Corrêa, António Baptista, Fernando de Aguiar e António Cunha Corrêa Jr..

Na página d’O Telégrafo escreveram Silva Peixoto, Ana Adelina B. da Costa Nunes, José dos Santos Silveira, Machado Serpa, Júlio Andrade, Manuel Tânger Corrêa, José Benarús e António Cunha Corrêa Jr..

Como reconhecia Silva Peixoto, no referido artigo, as páginas do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga mantiveram-se até à «data em que verifiquei que estava sozinho a preenchê-las.» (Peixoto, 1955).

Menos de um ano depois de criado, o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga extinguiu-se, numa vida efémera, soçobrando «sem amparo moral nem material» (Peixoto, 1955).

Criado antes dos seus congéneres da Terceira (1942) e de S. Miguel (1943), o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga foi pioneiro no seu tempo, antecipando uma solução e um caminho de intervenção na área da cultura e da divulgação literária. O advento da Segunda Guerra Mundial com os condicionalismos próprios e as acrescidas dificuldades, o pioneirismo do Núcleo, a sua criação fora da alçada dos meios ligados ao poder de então, o idealismo dos seus objectivos e o seu desfasamento da realidade («o único meio de receita é constituído pelos espectáculos realizados pelo grupo cénico do Núcleo pois que os sócios de qualquer categoria estão isentos do pagamento de cota.», refere o Correio da Horta de 5.12.1939), conduziram à duração efémera e ao rápido fim do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga.

A sua semente iria, todavia, germinar, noutro contexto e com outra envolvência, em 1955, com a criação do Núcleo Cultural da Horta, simbolicamente sob a presidência da mesma pessoa: José Osório Goulart.

II - A Fundação do Núcleo Cultural da Horta

Entre o final da década de 1940 e a primeira metade dos anos 50, no Faial consolidou-se a consciência que «a Segunda Grande Guerra Mundial, por mandato da Geografia, trouxe ao nosso meio um movimento extraordinário» (Flamengo, 1955), que «o dinheiro jorrou a rodos por todos os cantos da baía, da cidade e das freguesias rurais [...]» (Flamengo, 1955), e que «fomos arrastados pelo turbilhão avassalador, impelidos pelas novas fontes de proventos que surgiam, atraídos por outras distracções que se nos proporcionavam, aliciados por uma vida mais faustosa e facilitada que se nos oferecia. [...] E a população desvairada na ânsia do dinheiro, do prazer, do sensacional, do efémero em suma, lançou-se ambiciosamente na pista do ouro [...] e desceu a todas as especulações, revolveu-se sofregamente no lodaçal e relegou para último plano os seus problemas superiores.» (Flamengo, 1955)

Quem ler a imprensa faialense deste período verificará que era aceite e partilhada a opinião acerca da dimensão, características e causas das dificuldades por que passava a ilha neste período. Um dos artigos que iniciou a abordagem destas questões na imprensa local, cujo autor assinava com o pseudónimo Luís Flamengo, foi publicado no Jornal Correio da Horta, o «Órgão da União Nacional no Distrito». Esse extenso artigo, intitulado «Quo vadis Terra Mea...» motivou uma edição especial do Jornal, com quatro páginas, «a fim de poder dar o devido relevo ao artigo [...] que trata desassombradamente da apatia que infelizmente se vem a verificar nos diferentes sectores da vida faialense», como se justificava na «Nota da Direcção». Aí se reconhecia que «o Faial já conheceu muito melhores dias, que o momento actual não é nada animador e que o futuro se adivinha menos tranquilizador ainda. [...] Estamos pobres de bens, pobres de ideais, pobres de coragem» (Flamengo, 1955).

A consciência das dificuldades e dos atrasos era clara: «afinal de contas as nossas decantadas e reais belezas naturais não são procuradas com aquela assiduidade que seria de esperar e não logram ao menos movimentar um turismo caseiro. A baía continua a representar a sua posição privilegiada [...] mas passam-se os dias na esperança vã de vermos recortarem-se no seu molhe as silhuetas dos dominadores do Oceano. O comércio debate-se numa crise assustadora [...]. Os barcos da empresa de navegação [...] demoram quase um dia a lingar mercadoria para terra e em contrapartida carregam em escassas horas todos os produtos que exportamos o que traduz flagrantemente o desequilíbrio da nossa balança económica. [...] Os empregos escasseiam e assiste-se a um gradual e incessante despovoamento da Ilha» (Flamengo, 1955).

E se esta opinião acerca dos problemas do Faial era partilhada por outros autores que regularmente marcavam presença nas páginas dos jornais, também era consensual a defesa de que «só pela educação das gentes desta Ilha se poderá conseguir a sua solução» (Ignotus, 1955).

Defendia-se, assim, a criação de «uma Escola Comercial e Industrial nesta cidade onde os futuros empregados comerciais e até alguns patrões iriam colher uma educação que lhes dignificaria a sua profissão;» a criação de «um Asilo-escola que faça “Homens d’amanhã” de rapazes hoje destinados a uma vida de miséria e brutalidade;» a criação de «um Centro extra-escolar da Mocidade Portuguesa a fim de que a juventude operária possa gozar os mesmos privilégios da juventude liceal;» a criação de «cursos anuais agro-pecuários nas nossas freguesias rurais, onde os futuros agricultores possam ir buscar os conhecimentos necessários à sua vida do campo, de forma a acompanharem os progressos da técnica moderna;» a criação de «cursos de ensino doméstico que ajudem as nossas raparigas quer da cidade quer do campo, a preparar-se para a sublime missão de mães;» a criação de «mais Casas do Povo, fonte de cultura do habitante rural;» o auxílio às «agremiações desportivas para que estas possam cumprir cabalmente a sua altruísta missão;» o apoio às «nossas filarmónicas, pois a música está na alma de todo o ilhéu;» a libertação dos filiados dos Sindicatos e Casa dos Pescadores «da atmosfera sufocante das tabernas;» a criação de «um Grupo Cultural, nesta cidade, que tenha por função dirigir, apoiar e estimular todas as manifestações culturais da ilha,» a criação de «um Posto Emissor nesta cidade [...];» o auxílio à «Imprensa, porta-voz dos interesses da Terra [...]»; a atenção à formação religiosa e ao incutir «nas crianças o gosto pela música, teatro, desenho, canto coral, ginástica, desportos [...];» (Ignotus, 1955). Tal era o programa que se propunha para atalhar a crise sentida.

No Faial da última parte da década de 40 e da primeira da década de 50 havia, portanto, a consciência de uma certa decadência e apatia em que a ilha havia mergulhado, às quais se associava, como solução, a defesa de uma intervenção privilegiada nas áreas da educação e da cultura, a forma de contribuir para a alteração das mentalidades, que se desejava.

Após a criação do Instituto Histórico da Ilha Terceira, em 1942, e do Instituto Cultural de Ponta Delgada, em 1943, e, sobretudo, após a divulgação das notícias sobre as actividades que promoviam, acentuou-se, no Faial, no final da década de 40, a reivindicação, expressa novamente em movimento de opinião na imprensa local, que reclamava a criação na Horta de «um pequeno Instituto ou Círculo, ou coisa parecida, que agregue em si todos aqueles que, numa ânsia de saber, se preocupam com as coisas do espírito, com o belo, com o sublime [...]» (Pico, 1948).

Entre os líderes de opinião deste novo movimento estava, outra vez, Silva Peixoto. No jornal Correio da Horta de 20 de Outubro de 1948, depois de descrever alguns aspectos da actividade cultural em Ponta Delgada e na Terceira, referindo-se aos seus Institutos, desafiava os faialenses a olharem para si: «nem Institutos, nem Círculos; e no campo artístico apenas a actividade dos nossos grupos de teatro amadores. Não merecemos também ter um órgão que vele pela vida mental faialense e ensine ao presente a lição do passado, rebuscando documentos, investigando, revelando poetas e prosadores e todos quantos se interessaram pelo progresso intelectual desta Terra? Para que são esses braços cruzados e esta apatia geral?» (Peixoto, 1948).

No Correio da Horta, de 10 de Novembro de 1948, um Zé do Pico retomava a temática, a argumentação, as interrogações pelo nosso atraso em relação a S. Miguel e Terceira e garantia que «o Distrito da Horta, ontem como hoje, pode ainda reunir uma dúzia de pessoas, que ainda dispensam um bom bocado dos seus ócios à leitura dos bons livros, à ilustração séria e honesta da sua mentalidade. Não cito nomes. Eles aparecerão, quando alguém se propuser tomar a iniciativa da fundação do ‘nosso’ instituto literário ou cultural» (Pico, 1948).

A 14 de Novembro de 1948, o jornal O Telégrafo reconhecia que «é bastante sentida a não existência de um Instituto de Cultura na ilha do Faial» e afirmava, avisadamente, que isso «impõe a publicação de um órgão, e esse órgão só pode existir com o patrocínio da Junta Geral do Distrito. Por isso, o primeiro passo indicado é saber-se com o que se conta, pois sem finanças, nada feito.»

Alguns dias depois, o mesmo jornal garantia que a notícia «despertou, como era de esperar, justificado interesse, e trouxe-nos boas palavras de estímulo. [...] E o apoio que nos tem sido oferecido é, já por si, garantia de que, se houver estímulo “oficial”, o Instituto de Cultura da Ilha do Faial entrará, muito brevemente, em boa actividade prática [...]» (O Telégrafo, 18.11.1948).

No Correio da Horta, Melo Furtado defendia, acerca da denominação desse organismo cultural, que «preferiria círculo a instituto; esta designação envolve já certas responsabilidades; a outra exprime melhor, creio eu, a reunião circular, em jeito de távola redonda, daqueles que se batem pelo espírito [...]» (Furtado, 1948).

Cerca de um ano depois destes artigos, Carlos Fragueiro, n’O Telégrafo, retomava a temática e interrogava se «não haverá gente, neste distrito, capaz de manter de pé, em forma que nos não envergonhe aos olhos estranhos, uma revista onde se arquivem (anualmente ou semestralmente) documentos e estudos referentes à história das quatro ilhas ocidentais e em cujas páginas se ponha a salvo alguma coisa do que ainda restar da nossa riqueza folclórica? [...] Penso que se deve tratar a sério de dar realidade a esta coisa, para muitos julgada supérflua ou mesmo rematada tolice, mas que é necessário organizar-se: um Instituto Histórico da Horta!» (Fragueiro, 1949).

Independentemente de algumas divergências na designação a dar ao novo organismo, a opinião escrita na imprensa faialense deste período utiliza quase sempre a mesma argumentação na sua defesa: Ponta Delgada e Angra do Heroísmo têm os seus Institutos; criaram-se e desenvolveram-se sem dificuldades; realizavam variadas actividades culturais; davam à estampa as suas publicações; para, de seguida, apelar ao orgulho próprio dos faialenses, questionando-os sobre «o que fazemos? Porque não acompanhamos esse movimento, essa vida nova que tão óptimos resultados há já alcançado nas ilhas irmãs? [...] Não nos faltam valores literários» (Pico, 1948).

No culminar deste processo, a 20 de Março de 1954, catorze cidadãos constituíram o Núcleo Cultural da Horta (NCH), subscrevendo os seus Estatutos. Foram eles José Osório Goulart (escritor e conferencista, 1868-1960), António Xavier de Mesquita (advogado e professor liceal, 1888-1963), Alberto Campos de Medeiros (médico-cirurgião, 1896-1976), Gabriel Baptista de Simas (professor liceal, 1890-1966), Manuel Linhares de Andrade (advogado, 1913-2007), Júlio da Rosa (sacerdote e investigador, 1924), Frederico de Menezes Avelino Machado (engenheiro e vulcanologista, 1918-2000), António Macedo Lacerda Forjaz (farmacêutico, 1916-1980), Constantino de Freitas Amaral (médico-veterinário, 1916-1995), Manuel dos Santos Lopes (escritor e funcionário da Cable & Whireless, 1907-2005), Tomás da Rosa Pereira Jr. (professor liceal e escritor, 1921-1994), Manuel Alexandre Madruga (professor liceal, 1914-1997), Manuel Ribeiro da Silva (engenheiro-agrónomo, 1915-2001) e José Benarús (professor liceal, 1915-1997).

O tempo que mediou entre a feitura dos Estatutos e a sua aprovação ministerial (mais de um ano!) levantou novas dúvidas na concretização de tão ambicionado projecto. Em «Lamentações de um Distinto Faialense», Silva Peixoto dava público conhecimento de uma carta que havia recebido de Marcelino Lima, em que este se lamentava por o esperado «grupo cultural» tardar em concretizar-se «por bizantinismos incompreensíveis» e que por ter «alguns trabalhos concluídos e alguns documentos históricos que destinava ao Boletim, a publicar, mas pelo que vejo, o sonho não se realiza, tendo que passar pela vergonha de pedir para esses meus trabalhos, um cantinho de publicidade nos boletins culturais de Angra ou P. Delgada.» (Peixoto, 1955) Acrescentava Silva Peixoto que, tendo a Junta Geral já dado o seu acolhimento ao novo organismo, «fiquei aguardando a sua criação para o que não faltava já o amparo administrativo e o talento dos homens encarregados de lhe dar forma e figura. Mas o tempo escorre, inexorável, e o projectado Círculo Cultural não surge» (Peixoto, 1955).

1. Estatutos e objecto

«O Ex.mo Governador do Distrito, Sr. Dr. Freitas Pimentel, recebeu comunicação do Sr. Dr. Gomes Belo, Inspector do Ensino Secundário, de haverem sido aprovados os Estatutos do Núcleo Cultural da Horta. Muito nos regozijamos com este facto que corresponde a uma grande aspiração dos faialenses e pela qual S. Ex.ª o Governador se empenhou devidamente». É este o teor completo da primeira notícia da aprovação dos Estatutos do NCH, dada pelo jornal Correio da Horta a 16 de Março de 1955, sob o título «Núcleo Cultural» e que, em 17 de Março, com o título «Estatutos do Núcleo Cultural», seria também veiculada pelo jornal O Telégrafo.

Os Estatutos, aprovados por despacho ministerial de 24 de Março de 1955, atribuem ao NCH a competência de: «a) Promover ou patrocinar estudos históricos, etnográficos, linguísticos e científicos, relativos ao Arquipélago dos Açores e, em especial, às ilhas do Distrito da Horta; b) Promover a publicação ou divulgação de trabalhos culturais, de reconhecido valor; c) Promover ou patrocinar outras manifestações culturais de várias naturezas, compatíveis com a actividade do Núcleo» (Art.º 2.º dos Estatutos).

Para o exercício das competências descritas, as actividades do NCH poderão incluir: «a) A publicação regular de um boletim; b) A organização de conferências, espectáculos ou exposições de reconhecido interesse cultural; c) A organização ou patrocínio de outras actividades culturais, incluindo a manutenção de museus, arquivos ou bibliotecas» (Art.º 3.º dos Estatutos).

Em Assembleia-Geral realizada a 20 de Agosto de 2007, foram aprovados os novos Estatutos do Núcleo Cultural da Horta que mantiveram, na sua essência, os mesmos objectivos.

2. Direcções

De acordo com o respectivo Livro de Actas, a primeira Assembleia Geral foi realizada a 28 de Abril de 1955, nos Paços da Junta Geral do Distrito da Horta, presidida pelo sócio fundador Gabriel Baptista de Simas e na presença de dez sócios. Nela foi eleita a primeira direcção do NCH, constituída por: Osório Goulart (Presidente); Pe. Júlio da Rosa (Vice-Presidente); Tomás da Rosa (Secretário); Frederico Machado (Tesoureiro); Manuel Ribeiro da Silva e António Macedo Lacerda Forjaz (Vogais). O Conselho Fiscal era constituído por Constantino de Freitas Amaral (Presidente), Manuel Linhares de Andrade e Gabriel Baptista de Simas (Vogais).

Após a eleição dos Corpos Gerentes, mandatados para o triénio 1955-1957, «o Núcleo Cultural da Horta começou a funcionar a 18 de Julho de 1955» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 3)

Cumpria-se, assim, um desejo antigo e uma necessidade sentida pela sociedade faialense: a Horta tinha o seu Instituto de Cultura!

É a seguinte a constituição de cada um dos corpos directivos nos mandatos subsequentes:

De 1958 a 1961
Direcção: Presidente – Frederico Machado; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Lusa Dart Garcia; Tesoureiro – José Benarús; Vogais – Pe. Júlio da Rosa e Tomás da Rosa.
Conselho Fiscal: Presidente – Domingos Homem Garcia; Vogais – Manuel Linhares de Andrade e Ana Adelina da Costa Nunes.

De 1962 a 1967
Direcção: Presidente – Manuel Linhares de Andrade; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – Pe. Júlio da Rosa e Tomás da Rosa.
Conselho Fiscal: Presidente – Luís Carlos Decq Motta; Vogais – José Benarús e Lusa Dart Garcia.

De 1968 a 1972
Direcção: Presidente – Pe. Júlio da Rosa; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – João Matos do Nascimento e José da Silva Duarte.
Conselho Fiscal: Presidente – António Macedo Lacerda Forjaz; Vogais – Constantino Freitas do Amaral e Tomás da Rosa.

De 1973 a 1987
Direcção: Presidente – Pe. Júlio da Rosa; Vice-Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Secretário – Artur Madruga; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais –Manuel Linhares de Andrade e José da Silva Duarte.
Conselho Fiscal: Presidente – António Macedo Lacerda Forjaz; Vogais – Jorge Mora Porteiro e Alberto Madruga da Costa.

De 1988 a 1991
Direcção: Presidente – Fernando Faria Ribeiro; Vice-Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Secretário – Ricardo Madruga da Costa; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – José Ávila Martins e Tomás Duarte Júnior.
Conselho Fiscal: Presidente – Maria de Fátima Freitas Baptista; Vogais – Jorge Costa Pereira e Estela Brum.

De 1992 a 1993
Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – José Elmiro Rocha; Secretário – Ricardo Madruga da Costa; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – Jorge Costa Pereira e Eugénio Leal (Vogais).
Conselho Fiscal: Presidente – Ricardo Sousa Pinheiro; Vogais – Estela Brum e Francisco António Nunes Pimentel Gomes.

Desde 1994 a 2007
Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – José Elmiro Rocha; Secretário – Francisco António Nunes Pimentel Gomes; Tesoureiro – Manuel José Simas de Lemos; Vogais – Jorge Costa Pereira e Eugénio Leal.
Conselho Fiscal: Presidente – Ricardo Sousa Pinheiro; Vogais – Estela Brum e Fernando José Goulart Porto.

De 2007 a 2010
Mesa da Assembleia-Geral: Presidente – Jorge Manuel Correia Gonçalves; Vice-Presidente – Fernando Melo; Secretário – Natália Ramos da Silveira.
Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – Alberto Romão Madruga da Costa; Secretário – Margarida Barreto; Tesoureiro – Francisco António Nunes Pimentel Gomes; Vogal – Jorge Alberto da Costa Pereira; Suplentes – Carlos Manuel Gomes Lobão e Luís Carlos Prieto.
Conselho Fiscal: Presidente – Ricardo Sousa Pinheiro; Vogais – Fernando José Goulart Porto e Manuela Soares.

De 2010 a 2013
Mesa da Assembleia-Geral: Presidente – Jorge Manuel Correia Gonçalves; Vice-Presidente – Fernando Melo; Secretário – Natália Ramos da Silveira. Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – Alberto Romão Madruga da Costa; Secretário – Margarida Barreto; Tesoureiro – Francisco António Nunes Pimentel Gomes; Vogal – Jorge Alberto da Costa Pereira; Suplentes – Carlos Manuel Gomes Lobão e Luís Carlos Prieto.
Conselho Fiscal: Presidente – Ricardo Sousa Pinheiro; Vogais – Fernando José Goulart Porto e Manuela Soares.

De 2013 a 2016
Mesa da Assembleia-Geral: Presidente - Jorge Manuel Correia Gonçalves; Vice-presidente - Mário Lourenço; Secretário - Carlos Ernesto Faria.
Direção: Presidente - Guilherme Marinho Pinto de Sousa; Vice-presidente - Alberto Romão Madruga da Costa; Secretário - Margarida Barreto; Tesoureiro - Francisco António Nunes Pimentel Gomes; Vogal - Jorge Alberto da Costa Pereira; Suplentes - Carlos Manuel Gomes Lobão e Luis Carlos Prieto.
Conselho Fiscal: Presidente – Eugénio Manuel Pereira Leal; Vogais: Manuela Fernanda Castro Soares e Roberto Vieira.

De 2016 a 2019
Mesa da Assembleia-Geral: Presidente - Jorge Manuel Medeiros Correia Gonçalves; Vice-presidente – Carlos Ernesto Faria; Secretário – Catarina Meneses Azevedo. Direção: Presidente - Guilherme Marinho Pinto de Sousa; Vice-presidente – Jorge Alberto Costa Pereira; Secretário - Margarida Maria Amorim Barreto; Tesoureiro - Francisco António Nunes Pimentel Gomes; Vogal – Mário Conceição Lourenço; Suplentes - Carlos Manuel Gomes Lobão e Luís Carlos Prieto. Conselho Fiscal: Presidente – Eugénio Manuel Pereira Leal; Vogais: Manuela Fernanda Castro Soares e Roberto Daniel Moniz Vieira.

3. O Boletim do NCH

Logo no primeiro relatório apresentado pela Direcção à Assembleia Geral do NCH era confirmada a prioridade que se pretendia dar, no conjunto de actividades, à publicação do Boletim: «Nos meses de Julho a Dezembro [1955] a Direcção limitou-se a instalar o serviço e a iniciar as diligências para a publicação de um boletim que tem sido considerado como a sua principal actividade» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 3).

Não admira, pois, que o Boletim tenha surgido como que o «rosto» do Núcleo e o local de acolhimento para a «publicação ou divulgação de trabalhos culturais de reconhecido valor» (art.º 2º dos Estatutos), relativos ao Arquipélago dos Açores e em especial às ilhas do ex-distrito da Horta.

O primeiro número do Boletim foi editado em Dezembro de 1956. Nesse número colaboram Marcelino Lima, Osório Goulart, Frederico Machado e Pe. Júlio da Rosa. Para além destes colaboradores têm trabalhos publicados ao longo dos vários números do Boletim outros importantes nomes da intelectualidade faialense e açoriana, designadamente Júlio Andrade, Florêncio Terra, António Lourenço da Silveira Macedo, Pedro da Silveira, Adelina da Costa Nunes, Rodrigo Guerra, Victor Hugo de Lacerda Forjaz, Ernesto Rebelo, João Teixeira Soares de Sousa, António Ferreira de Serpa, Manuel Ávila Coelho, Avelino de Freitas de Meneses, José Guilherme Reis Leite, Ricardo Manuel Madruga da Costa, Luís M. Arruda, J. Ávila Martins, Urbano Bettencourt e Álamo de Oliveira.
Ao longo dos números publicados até agora (e em que alguns deles se desdobram em vários fascículos) perpassam temas e assuntos muito diversos que abrangem várias áreas que vão desde a História, o Folclore, a Filologia, a Etnografia e o Artesanato até às Ciências Naturais, Pescas e Geologia/Sismologia.

A maioria das edições foi composta e impressa nas Oficinas do «Correio da Horta», nesta cidade, e, em menor número, nas Oficinas Tipográficas de Ramos, Afonso e Moita (Lisboa), na Empresa Coingra (Ribeira Grande), na Coimbra Editora Lda. (Coimbra), nas Oficinas Gráficas Barbosa e Xavier (Braga) e na Sersilito – Empresa Gráfica S.A. (Maia).

Até 1963 a publicação do Boletim manteve-se regular, entrando, a partir daí, em fases de maior ou menor atraso, acabando mesmo por perder a sua periodicidade anual em 1965, substituída por biénios (1966-67, 1968-69, 1989-90, 1991-92, 1996-97), triénio (1993-95), quadriénio (1985-88) e quinquénios (1970-1974, 1975-1979, 1980-84).

Com o número 13 (2004), o Boletim do NCH, agora sob a responsabilidade editorial de Luís M. Arruda, mudou de apresentação e arranjo gráfico, e, assumindo-se como número «de transição», apostou em constituir uma nova série que se iniciou em 2005, « [...] que se pretende de temas», em que «o tema de cada ano, que constituirá o primeiro espaço do Boletim, será tratado por autores convidados de modo a assegurar o seu corpus e a sua periodicidade» (Da Apresentação: 9). Pretende ainda manter uma secção, denominada Vária, onde serão acolhidos artigos sobre outras matérias, e um espaço de Revista de Livros, recenseando as publicações feitas nos Açores ou que a estas ilhas interessem.

Até ao Boletim n.º 16 (2007) manteve-se essa linha editorial.

A partir do número 17 (2008), a responsabilidade editorial do Boletim foi assumida por Ricardo Manuel Madruga da Costa, e a partir do número 21 (2012) exerce as funções de editora-adjunta Magda Costa Carvalho.

4. Instalações

A sobrevivência e viabilidade do NCH nos seus primeiros anos, deveu-se, sem dúvida, aos apoios recebidos da Junta Geral do Distrito, que constituíram a sua quase única fonte de financiamento, como é visível nos vários Relatórios e Contas de Gerência. Aliás, essa relação umbilical começara já no processo da fundação do Núcleo, onde era visível a ligação da maioria dos seus fundadores à Junta Geral, onde tinham ou viriam a ter responsabilidades várias: Manuel Linhares de Andrade, como presidente; António Macedo Lacerda Forjaz e José Benarús, como vice-presidentes; Constantino Freitas do Amaral e Manuel Ribeiro da Silva, como directores dos serviços veterinários e agrícolas, respectivamente; Frederico de Menezes Avelino Machado e Manuel Alexandre Madruga, como vogais.

Esse apoio expressou-se ainda na cedência das instalações dos «Paços da Junta Geral» para a «sede provisória» do NCH, tendo esta aí se mantido até Março de 1966, altura em que a direcção decidiu «mudar a biblioteca do Núcleo para uma sala da Fayal Coal cedida para esse fim, passando portanto a efectuar lá as reuniões» (Livro N.º 2 das Actas da Direcção: 39v.). Em 1968, esse primeiro andar da «Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, Lda.», na rua Vasco da Gama, era já designado como «nova sede do Núcleo» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 10).

No decurso dos anos 70, a Sede do NCH passou para o Museu da Horta e aí se manteve até ao início da década de 1990, quando a necessidade de espaço sentida por esta instituição obrigou à saída do NCH. A partir daí, o Núcleo deixou de ter instalações, reunindo-se na Casa de Cultura da Horta ou na Biblioteca Pública e Arquivo da Horta e a sua Biblioteca ficou depositada na denominada Casa Grande, até que as obras naquele imóvel obrigaram o Núcleo a alugar um espaço no imóvel da antiga Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, L.da. Com a inauguração das novas instalações da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, em Abril de 2008, o Núcleo Cultura da Horta, no âmbito de um protocolo estabelecido com a Coordenação da Direcção Regional da Cultura na Ilha do Faial, transferiu a sua sede para aquele novo imóvel, com acesso directo através da Rua Eduardo Bulcão.

Jorge Costa Pereira
Excerto actualizado do artigo No Cinquentenário do Núcleo Cultural da Horta, publicado Boletim do Núcleo Cultural da Horta, n.º 15 (2005).

Fontes

Arquivo do Núcleo Cultural da Horta, Livro de Actas da Assembleia-geral do Núcleo Cultural da Horta, 1955, fls.1-13.
Arquivo do Núcleo Cultural da Horta, II Livro de Actas da Direcção do Núcleo Cultural da Horta, 1961, fls. 1-50.

Bibliografia

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Idem (1955), Ad Renascentiam Per Juventutem, Correio da Horta, Horta, n.º 6.834, 7 de Maio: 1-4.
Fragueiro, C. (1949), Porque se não organiza um Instituto Histórico na Horta?, O Telégrafo, Horta, n.º 14.967, 12 de Outubro: 1-2.
Furtado, M. (1948), Círculo Cultural da Horta, Correio da Horta, Horta, n.º 4.949, 29 de Dezembro: 1-1.
Grupo Cultural Manuel de Arriaga (1939), Correio da Horta, Horta, n.º 2.300, 5 de Dezembro: 1-1.
Ignotus Jr. (1955), Quo Vadis Terra Mea... – Uma referência... Uma opinião..., Correio da Horta, Horta, n.º 6.783, 8 de Março: 1-1.
Instituto de Cultura da ilha do Faial (1948), O Telégrafo, Horta, n.º 14.701, 14 de Novembro: 1-1.
Instituto de Cultura da Ilha do Faial (1948), O Telégrafo, Horta, n.º 14.704, 18 de Novembro: 1-1.
Peixoto, S. (1939), Uma palestra e uma lição, Correio da Horta, Horta, n.º 2.291, 23 de Novembro: 1-1.
Idem (1948), E nós?..., Correio da Horta, Horta, n.º 4.887, 20 de Outubro: 1-1.
Idem (1955), Lamentações de um Distinto Faialense, Correio da Horta, Horta, n.º 6.777, 1 de Março: 1-1.
Idem (1955), Entre dois «Núcleos», Correio da Horta, Horta, n.º 6.995, 18 de Novembro: 1-1.
Pico, Z. (1948), Movimento Cultural, Correio da Horta, Horta, n.º 4.905, 10 de Novembro: 1-1.

Última actualização a 17.03.2016 Voltar ao topo