Núcleo Cultural da Horta tem novas instalações
O Núcleo Cultural da Horta (NCH) está instalado, desde meados do corrente ano, no novo edifício da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça (BPARJJG), que foi inaugurado a 23 de Abril último, por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.
A cedência destas instalações, com acesso directo pela Rua Eduardo Bulcão, resulta um protocolo estabelecido entre o NCH e a Coordenação da Ilha do Faial da Direcção Regional da Cultura.
Desde a sua fundação, o Núcleo esteve sedeado nos Paços da Junta Geral do Distrito até finais da década de 1960, altura em que se transferiu para o 1.º andar da “Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, Lda.”, à Rua Vasco da Gama.
Na década de 1970, a sede do NCH passou, então, para o Museu da Horta e aí se manteve até ao início da década de 1990, quando a necessidade de espaço sentido por aquela instituição obrigou à saída do Núcleo.
A partir daí, o Núcleo deixou de ter instalações, passando a sua Direcção a reunir-se na Casa de Cultura da Horta (Rua Cônsul Dabney) ou na Biblioteca Pública e Arquivo da Horta (Rua D. Pedro IV), enquanto a sua biblioteca ficou depositada na denominada Casa Grande, até que as obras naquele imóvel obrigaram o NCH a alugar um espaço no imóvel da antiga “Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, Lda.”, onde até agora manteve a sua sede provisória.
Orçada em cerca de seis milhões de euros, a BPARJJG disponibiliza ao público variadíssimos recursos e serviços, dos quais se destacam a Biblioteca, Arquivo, Salas de Exposições Temporárias, Loja da Cultura, Auditório, Anfiteatro ao Ar Livre, Sala Polivalente, Terraço e Jardim, onde pode ser apreciada a escultura de arte contemporânea República, da autoria de Francisco Simões.
Para patrono deste novo equipamento cultural, o Governo escolheu a figura de João José da Graça, que foi simultaneamente o introdutor da imprensa nas ilhas do Faial (O Incentivo, 1857) e Graciosa (O Futuro, 1866) e fundador da primeira biblioteca municipal na Horta (1886).
Natural da cidade da Horta, onde nasceu em 1836, João José da Graça foi ainda editor, no Faial, dos periódicos A Torcida (1858), O Atlântico (1862), A Horta (1862), A Palavra (1868), O Correio da Horta (1869), O Tribuno (1871), O Observador (1874), A Verdade (1874), O Porto Franco (1877), A Regeneração (1880) e, eventualmente, Vida Nova (1892), sendo que alguns estudiosos atribuem a responsabilidade pela edição deste título a seu filho, José Filipe Graça.
Em Angra do Heroísmo, este publicista faialense editou também os jornais O Ecco Açoreano (1863), O Ecco Agrícola (1864) e O Futuro (1864), o primeiro título editado na Graciosa, quando a sua edição foi transferida para aquela ilha em 1866.
Falecido em 1893, com apenas 57 anos de idade, João José da Graça foi ainda advogado, presidente da Câmara Municipal da Horta e professor, tendo deixado igualmente impressos numerosos trabalhos de natureza política e didáctica, entre os quais avultam duas gramáticas – uma inglesa e outra francesa –, uma variante do Método Castilho para as primeiras letras e duas obras sobre o Método de Ollendorff para aprender inglês.
|