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BOLETIM DO NCH Nº 14, 2005
Henrique de Aguiar Oliveira Rodrigues
Instituto Cultural de Ponta Delgada
  Henrique de Aguiar Oliveira Rodrigues – Instituto Cultural de Ponta Delgada. Edifício do Museu Carlos Machado. Caixa Postal n.º 5. 9500 Ponta Delgada

Estas linhas são uma modesta e despretensiosa tentativa de historiar a criação do Instituto Cultural de Ponta Delgada, enquadrando-a na vida intelectual e política do distrito de Ponta Delgada na primeira metade do século XX, equacionar os problemas com que ele se depara actualmente e perspectivar a sua actividade a curto e médio prazo. Procuramos, assim, cumprir o objectivo que nos foi sugerido, quando do honroso convite para participarmos neste novo número do Boletim do Núcleo Cultural da Horta, que marca uma nova fase desta importante instituição da vida cultural dos Açores.

Numa entrevista feita a 8 de Dezembro de 1943 pelo jornalista do Correio dos Açores ao Dr. Francisco Carreiro da Costa, na altura já eleito para secretário da primeira direcção do Instituto Cultural de Ponta Delgada, este deu, à pergunta que procurava enaltecer o papel desempenhado pelo então governador civil de Ponta Delgada, capitão Sérgio Vieira, a seguinte resposta:

A existência de uma sociedade de estudos distrital entre nós é uma ideia muito velha, que já foi por várias vezes esboçada, mas também não é menos certo que o senhor Governador sempre pensou nela.

A edição do Arquivo dos Açores nos finais do século XIX veio, de certa forma, facilitar a publicação dos trabalhos de investigação histórica, como se percebe da leitura da nota introdutória (Arquivo dos Açores, I):

Mas tem havido uma lacuna grande no nosso jornalismo, que a publicação do Arquivo dos Açores vai tentar preencher. Ocupando-se muitos espíritos ilustrados em investigações e estudos de história açoriana, torna-se indispensável consagrar uma publicação ao repositório de todas essas lucubrações. A isso é destinado o Arquivo.

Penso que pelo menos desde 1900, quando pela morte do Dr. Ernesto do Canto terminou a primeira fase da publicação do Arquivo dos Açores, se pensou na fundação de uma sociedade que tivesse a capacidade e os meios para facultar aos estudiosos uma publicação periódica que servisse de estímulo aos seus trabalhos de investigação, facilitando a publicação dos respectivos trabalhos, pois que, ou por falta de meios financeiros ou por falta de arrojo, poucos se aventuravam, como ainda hoje sucede, a fazê-lo por conta própria.

Este interesse levou a que em 1901 se tivessem reunido os sócios da Sociedade de Geografia de Lisboa residentes em Ponta Delgada: Francisco Maria Supico, Francisco Afonso de Chaves, Guilherme Fisher Berquó Poças Falcão, Mariano Augusto Machado de Faria e Maia, José Tavares Carreiro, Aristides Moreira da Mota, Bruno Tavares Carreiro, Filomeno Bicudo, António Cardoso de Faria e Maia, Júlio Gomes de Meneses Ferreira, Manuel Ferreira Cordeiro e José Duarte da Horta Júnior, para que, para além de prestarem homenagem ao Dr. Ernesto do Canto, encontrassem uma solução para dar continuidade ao Arquivo dos Açores, mas só em 1903 foi aprovada uma proposta do coronel Afonso de Chaves para concretizar esse objectivo (Arquivo dos Açores, XIII, 1920).

As dificuldades eram tantas, presumo que a principal fosse de ordem financeira, que o primeiro fascículo do volume XIII só saiu em 1907 e o último em 1920 e para isso foi necessário que o marquês de Jácome Correia se responsabilizasse pelo financiamento da edição.

Por essa razão, em 1912, segundo carta que está no espólio de Rodrigo Rodrigues, na posse dos seus descendentes, este escreveu ao Dr. Joaquim Bensaúde:

Eu tenho estado agora enfronhado no arquivo da Misericórdia de Ponta Delgada, onde há livros desde 1560, com interessantes assuntos de que tenho tomado notas e extractos; porém ainda que quisesse publicá-los, não teria onde, por não serem estas publicações próprias dos jornais locais. Para estes pequenos estudos, subsídios da História dos Açores que alguém futuramente fará, será muito útil a continuação do Arquivo dos Açores.

Foi realmente com enorme dificuldade que o empreendimento prosseguiu e o volume XIV só ficou terminado em 1927, já depois da morte do coronel Afonso de Chaves em 1926, no rescaldo das «Comemorações do Quarto Centenário do Nascimento de Gaspar Fructuoso», a cuja comissão de honra presidia. Este movimento que marcou a vida cultural de S. Miguel e que se iniciou em 1921, com a convocatória feita pelo Dr. Humberto de Bettencourt e por Rodrigo Rodrigues, durou até 1926 e foi o catalizador de várias iniciativas, como a publicação de três dos livros das Saudades da Terra, a abertura da avenida e do jardim que têm o nome do cronista e o monumento da autoria do escultor Canto da Maia a Antero de Quental.

Algumas das personalidades que mais intervieram nessa comemoração estiveram mais tarde ligadas à fundação do Instituto Cultural de Ponta Delgada; é o caso de Humberto de Bettencourt, Rodrigo Rodrigues, José Bruno Tavares Carreiro, Luís Bernardo Leite Attayde, Manuel Monteiro Velho Arruda, João de Simas, António Augusto Riley da Mota, Francisco de Attayde Machado de Faria e Maia, Aníbal Bettencourt Barbosa Bicudo e Castro, Jeremias da Costa, Francisco Pacheco de Castro e Agnelo Casimiro.

Entre estes, os que formavam a sub-comissão para a publicação das Saudades da Terra (Rodrigo Rodrigues, Humberto de Bettencourt, Manuel Monteiro Velho Arruda e Luís Bernardo Leite Attayde) foram convidados pelo governador civil da época a integrarem a comissão encarregada da «Comemoração do Descobrimento dos Açores» (Insulana, 2000, 56), evento que se veio a realizar em 1932 e no qual já colaboraram elementos mais jovens, como Manuel Ferreira, que, em Outubro de 1942, veio a ser convidado pelo capitão Sérgio Vieira para fazer parte dos sócios fundadores do Instituto Cultural, convite que por motivos pessoais não aceitou.

Entretanto, o marquês de Jácome Correia fundava uma tipografia, a Gráfica, e nela imprimia a sua Revista Micaelense, cujo primeiro número saiu em 1918 e o último em 1921. A empresa ficou depois aos cuidados dos irmãos Barbosa que iniciaram a publicação da revista Açores, que durou até 1924, sob a responsabilidade de José Barbosa e com a direcção artística de Domingos Rebelo e a literária de Armando Côrtes-Rodrigues. A revista voltou a sair em 1928, mas apenas durou cerca de um ano.

Em 1932 apareceu uma nova revista mensal ilustrada, a Ínsula, que se publicou até Julho de 1933 sob a direcção de Silva Júnior e Eduardo Machado e que foi financiada pela Casa Bensaúde, já nessa altura interessada no turismo (abertura do hotel Terra Nostra). A revista dedicava-se especialmente a eventos sociais, mas publicou em 1932, quando do «Centenário do Descobrimento dos Açores», um interessante número que teve a colaboração de personalidades importantes do meio cultural português, como o almirante Gago Coutinho.

O marquês de Jácome Correia, que foi sem dúvida um dos elementos mais dinâmicos da vida cultural de S. Miguel na primeira metade do século XX e o indispensável «mecenas» para a acção editorial, faleceu em 1938.

O segundo movimento cultural, com características muito diferentes, pois tinha na sua génese e na sua constituição uma forte componente política, girou à volta do Primeiro Congresso Açoriano, que se realizou em 1938, em pleno Estado Novo e que já beneficiou de meios, postos à sua disposição pelo interesse que o regime tinha na sua propaganda, feita sob a batuta de António Ferro.

O congresso teve lugar em Lisboa e procurou juntar à volta dos interesses do Arquipélago os açorianos do Continente com os das Ilhas. Nele figuraram, para além dos continentais, algumas das personalidades atrás referidas e outros de uma maneira geral mais novos e mais comprometidos politicamente.

Um dos mais interessados foi Francisco Carreiro da Costa, ainda estudante em Lisboa, onde era secretário da direcção do Grémio dos Açores, da qual era presidente o Professor Armando Narciso (Livro do Primeiro Congresso Açoriano, 1940). Foram ambos elementos importantes do Congresso: o segundo como seu presidente e o primeiro como secretário. No Congresso participaram também o Dr. Alberto de Oliveira, João da Silva Júnior, Dr. Manuel Carreiro, Engenheiro Dinis Pimentel da Silva e Manuel Ferreira. Os três primeiros viriam a integrar a lista dos sócios fundadores do Instituto Cultural.

Entretanto, outra geração de intelectuais, muitos deles ligados ao ensino, desenvolviam uma importante acção cultural no meio micaelense; de entre eles destacamos, pelo papel que vieram a desempenhar na fundação e na vida do Instituto: o Dr. João Anglin, Dr. Armando Côrtes-Rodrigues, Dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues, José Rocha, António Roberto de Oliveira Rodrigues, Diogo Ivens e Rui Guilherme de Morais.

A 12 de Março de 1932 fundou-se a Sociedade de Estudos Afonso de Chaves, como homenagem ao seu patrono e que passou a publicar a revista Açoreana, principalmente vocacionada para estudos científicos, cujo primeiro número saiu em Março de 1934. Foram seus fundadores os: Tenente-Coronel José Agostinho, Alfredo Bensaúde, Dr. Côrtes-Rodrigues, Dr. António da Silveira Vicente, Dr. Luís Bernardo Attayde, Padre Ernesto Ferreira, Eng. Francisco Pacheco de Castro, Teotónio da Silveira Moniz e Dr. Tomás Borba Vieira.

Em 1940 foi nomeado governador civil de Ponta Delgada o capitão Sérgio Vieira, pessoa da confiança de Salazar, que o teria mandado para S. Miguel com o objectivo de criar as condições para uma possível deslocação do Governo para a cidade de Ponta Delgada se a Península Ibérica fosse invadida; político dinâmico e de ampla visão, realizou obra valiosa em vários campos, nomeadamente no da assistência, e que soube agarrar a «velha ideia», que muito provavelmente lhe teria sido «segredada» pelos intelectuais que o rodeavam mais de perto.

Entre estes, figura o Dr. José Bruno que era o secretário do Governo Civil e que no escritório da sua casa na Rua do Gaspar reunia aos serões uma tertúlia, onde pontificavam os: Dr. Humberto de Bettencourt, Rodrigo Rodrigues, Dr. Manuel Monteiro Velho Arruda, Rolando de Viveiros, Dr. Guilherme de Morais, Dr. Duarte Manuel de Andrade Albuquerque e o Dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues (o mais novo de todos). Quase todos foram sócios fundadores do Instituto.

Em 1942 eram procuradores à Junta Geral, entre outros, os: Dr. João Anglin, Dr. Oliveira San-Bento e o Dr. Carreiro da Costa, que pertencia à comissão executiva e desempenhava funções de secretário particular do governador civil.

Isso ajuda-nos a entender como, pela primeira vez, a «velha ideia» encontrou a base de apoio que lhe permitiu obter os meios necessários para a sua concretização e a 31 de Outubro de 1943 o Correio dos Açores publicava na primeira página um artigo, não subscrito, em que se dizia:

Ainda neste período de graves preocupações materiais, alguns espíritos de boa vontade fundam o Instituto Histórico da Ilha Terceira, criado pelo alvará do governo do distrito de Angra do Heroísmo, de Dezembro de 1942.

Por patriótica iniciativa de um grupo de micaelenses vai muito brevemente ser organizado nesta Ilha uma instituição similar.

Muito há que fazer entre nós onde abundam as competências como abunda o material que vai enriquecer a nossa produção literária. Há livros inéditos que não podem ver a luz da publicidade pela falta de editor que se abalance a tal empreendimento. Lembramos ao acaso o estudo definitivo sobre Antero de Quental, que o Dr. José Bruno organizou; o Cancioneiro Popular Açoriano em que a largos anos trabalha o poeta Dr. Armando Côrtes-Rodrigues; os ensaios sobre poetas açorianos do Dr. Rui Galvão de Carvalho e os estudos históricos de Manuel Monteiro Velho Arruda. Digna de aplauso é a iniciativa deste grupo de micaelenses que prezam o bom nome da sua terra e que têm a proteger a sua acção a boa vontade de alguns dos seus corpos administrativos, sob o patrocínio do governador do distrito, capitão Sérgio Vieira.

No dia 24 desse mesmo mês a Junta Geral recebeu um ofício do governador em que anunciava (Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Ponta Delgada, «Actas da Junta Geral», sessão de 24 de Novembro de 1943):

A organização em Ponta Delgada de uma Sociedade de Estudos cujos fins essenciais se prendem com o problema do espírito entre nós [...] afigura-se-me que a existência de um tal organismo entre nós, será, além de muito oportuna, de máxima utilidade, porquanto muito poderá a vir auxiliar essa Junta no uso das suas atribuições de educação e cultura [...] Acontecendo que a referida sociedade para o fim que tem em vista projecta, ao que parece, a edição de várias obras relativas à história, à arte e à etnografia do distrito e a publicação periódica de um boletim de estudos, para o que carecerá de fundos, venho pedir a Vossa Exª. o obséquio de providenciar no sentido de que essa Junta Geral, dados os intuitos culturais do referido organismo, preveja no seu próximo orçamento ordinário para 1944 as necessárias verbas com que haverá de subsidiar, de harmonia com o Art. o 24 o do Estatuto dos Distritos Autónomos das Ilhas Adjacentes, pois que já em Janeiro próximo espero ver aquele Instituto de Cultura Distrital legalmente constituído. Sendo também do mesmo organismo a intenção da realização de conferências e exposições bibliográficas e coreográficas, lembro a vossa Exª. e à sua Junta Geral a conveniência de pôr à sua disposição algumas das pendências anexas ao Museu Distrital para efeito da instalação de serviços de secretaria, arquivos e verbeteiros da dita sociedade, pois considero que é um dos locais mais indicados para a realização de trabalho que tanto contribuirá para o fortalecimento de boa e sã política do espírito neste Distrito.

Estas intenções do governador civil foram postas à consideração da Junta Geral, pelo seu presidente Dr. Eduardo Borges Vieira de Mascarenhas, tendo aquela deliberado inscrever a verba de 15.000$00 e atribuir à Sociedade as instalações referidas.

Como refere o jornal Correio dos Açores, a 30 de Novembro reuniram no governo Civil os membros da «Sociedade de Estudos» em organização, com a assistência do Governador e dos presidentes da Junta Geral, da Câmara Municipal e da União Nacional, para, lido o projecto de estatutos redigido pelo Dr. Carreiro da Costa, nomear uma comissão para os elaborar definitivamente. Essa comissão ficou constituída pelos senhores: Dr. Humberto Bettencourt, Rodrigo Rodrigues, Dr. Agnelo Casimiro e Dr. Côrtes-Rodrigues. O jornalista terminava o artigo com a seguinte afirmação:

Não é necessário enaltecer o valor e o alcance distritais e nacionais da mencionada Sociedade, pois que se evidenciarão, bem proximamente, sobretudo por ocasião do «Centenário da Cidade de Ponta Delgada».

O Correio dos Açores de 22 de Dezembro publicou a seguinte notícia:

Realizou-se no passado dia 18, no Governo Civil a segunda reunião dos elementos que constituem o Instituto Cultural de Ponta Delgada (aqui aparece pela primeira vez o nome definitivo da instituição), destacando-se as poetisas micaelenses senhoras D. Alice Moderno e D. Maria das Mercês do Canto Cardoso.

Nessa sessão foram eleitos os corpos gerentes que ficaram assim constituídos:

DIRECÇÃO: presidente – Dr. Humberto Bettencourt; tesoureiro – Rodrigo Rodrigues; secretário – Dr. Francisco Carreiro da Costa; vogais – Dr. José Bruno Tavares Carreiro e Dr. Armando Côrtes-Rodrigues.

CONSELHO FISCAL: Eng.º. Pacheco de Castro; Dr. Morais de Bettencourt e Dr. Manuel Carreiro.

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL: presidente – Dr. Agnelo Casimiro; secretários Dr. Aníbal Cymbron Barbosa e João de Simas.

Os 50 sócios fundadores foram: Dr. Humberto de Bettencourt, Rodrigo Rodrigues, Dr. Agnelo Casimiro, Dr. Côrtes-Rodrigues, Dr. Carreiro da Costa, D. Alice Moderno, D. Maria das Mercês do Canto Cardoso, João de Simas, D. Maria Amélia Rebelo Arruda, Dr. João Cândido Teixeira, Dr. Francisco de Bettencourt de Medeiros e Câmara, José Jacinto Rocha do Couto, Dr. Augusto Botelho de Simas, Dr. Jeremias da Costa, Dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues, José Maria Camilo de Melo, Dr. Félix Sotto-Mayor, Padre José Gomes, Padre José Raposo Pombeiro de Meneses, Dr. Martim Machado de Faria e Maia, Dr. Rui Galvão de Carvalho, Teotónio da Silveira Moniz, João da Silva Júnior, Dr. Fernando Raposo de Medeiros, Dr. Hermano de Mendonça Dias, Dr. Luís Bernardo Attayde, D. Maria Luísa Soares de Albergaria, Padre Serafim de Chaves, Dr. Manuel Monteiro Velho Arruda, Dr. José Bruno Tavares Carreiro, Dr. Alberto Paula de Oliveira, Dr. Carlos Carreiro, Dr. António Câmara, Dr. Francisco de Attayde Machado de Faria e Maia, Dr. António Gaspar Read Henriques, Dr. Aníbal Cymbron Barbosa, Diogo Ivens Tavares, Aníbal de Bettencourt Barbosa Bicudo e Castro, Rolando de Viveiros, Dr. Artur Morais de Bettencourt, Dr. João Anglin, D. Maria Isabel da Câmara Quental, Dr. António da Silveira Vicente, Dr. José de Medeiros Tavares, Dr. Francisco Pacheco de Castro, Dr. António de Medeiros Franco, Dr. Urbano de Mendonça Dias, Padre José Jacinto Botelho, Dr. Manuel da Silva Carreiro e Dr. Armando Cândido de Medeiros.

Os estatutos aprovados definiram os objectivos do Instituto:

Promover o desenvolvimento de todas as actividades, estudos e trabalhos que, nos diversos ramos da especulação cultural, possam contribuir para a conservação e engrandecimento do património espiritual açoriano e muito especialmente das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria.

Numa carta dirigida a Rodrigo Rodrigues, que se encontra no espólio deste, na posse dos seus descendentes, datada de Lisboa em Junho de 1944, o Dr. Humberto de Bettencourt referiu a certa altura:

Que se irá passando com a publicação do nosso boletim? Fiz há dias uma palestra no Rádio Clube Português sobre a criação e finalidade do nosso Instituto, apresentando-o como sucedâneo, guardadas as devidas distâncias, da antiga Sociedade dos Amigos das Letras e das Artes, fundada aí por Castilho, também de intuitos culturais.

Conforme a acta da primeira sessão da direcção, a 4 de Janeiro de 1944, reunida numa sala do governo civil, a primeira deliberação foi que se enviasse um telegrama de saudações ao Instituto Histórico da Ilha Terceira e logo a seguir foi proposta a nomeação para sócio honorário do Dr. Joaquim Bensaúde. Nessa sessão foi fixado o valor da cota em 5$00 para os sócios efectivos e metade para os correspondentes. Depois o presidente propôs:

Considerando as vantagens de uma maior expansão do Instituto se convidassem, desde já atendendo à sua actividade literária, artística e cientifica em prol do distrito, para sócios efectivos os senhores: Dr. Tomás Borba Vieira, José da Costa, António Jacinto Raposo, Manuel António de Vasconcelos, Licínio Costa, António Roberto de Oliveira Rodrigues e Francisco Álvares Cabral; e para sócios correspondentes os senhores: professor Herculano Amorim Ferreira, Dr. António Augusto Riley da Mota, Dr. Óscar de Bettencourt, Jacinto Carreiro, Domingos Rebelo e Ernesto Canto da Maia.

Foram, também, constituídos os Conselhos Técnicos:

Conselho histórico e etnográfico – Manuel Monteiro Velho Arruda, Urbano de Mendonça Dias, Francisco de Attayde Machado de Faria e Maia, Luís Bernardo Leite de Attayde, João Bernardo Oliveira Rodrigues e João de Simas.

Conselho científico – Francisco Pacheco de Castro, António da Silveira Vicente, António Mendonça Dias, Jeremias da Costa e Teotónio da Silveira Moniz.

Conselho literário – João Anglin, Agnelo Casimiro, Rui Galvão, Manuel Carreiro, padre Serafim de Chaves, Diogo Ivens e José da Costa.

Conselho artístico – Luís Bernardo Attayde, António de Mendonça Dias, Tomás Borba Vieira, João Bernardo Oliveira Rodrigues, Manuel António de Vasconcelos, Francisco Álvares Cabral, António Roberto de Oliveira Rodrigues, José Rocha, Licínio Costa e António Jacinto Raposo.

Na terceira reunião da direcção (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta da sessão da direcção, de 7 de Agosto de 1944) foi convidado o Dr. Luís Bernardo para dar o seu parecer sobre o recente achado arqueológico na Ribeira Seca da Ribeira Grande, tendo o Instituto pago, a pedido da Junta Geral, os trabalhos de escavação, que custaram 136$00. A Junta Geral participou que tinha deliberado pôr à disposição do Instituto algumas dependências do edifício do Convento de Santo André e um subsídio no montante de 15.000$00, também as Câmaras de Ponta Delgada e da Lagoa oficiaram comunicando que na elaboração do novo orçamento contavam poder incluir uma verba a conceder a esse organismo cultural.

No dia 17 de Abril a direcção deliberou dar o nome de Insulana ao boletim oficial do Instituto e, perante o pedido do Dr. Carreiro da Costa para deixar o lugar de secretário, resolveu nomear o Dr. Armando Côrtes-Rodrigues para «gerente» deste órgão, cargo que acumularia com o de secretário. Como gerente da Insulana, o Dr. Armando passou a receber uma remuneração mensal de 600$00 ficando com as seguintes obrigações (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 4. o, do primeiro livro de actas da direcção):

  • Organizar e coordenar todos os estudos e artigos a publicar nesse órgão.
  • Promover com a maior diligência a publicação regular do mesmo órgão, de forma a poder no fim de cada ano formar-se um volume da colecção contendo aproximadamente 400 páginas.
  • Rever as primeiras provas de toda a colaboração do órgão e dirigir todo o trabalho gráfico de cada fascículo.
  • Ficar com o expediente de toda a correspondência relativa à publicação do órgão.

Na sessão seguinte foi deliberado que o presidente aproveitasse a sua ida a Lisboa, por razões particulares, para tratar da edição dos livros Antero de Quental, do Dr. José Bruno e o Cancioneiro Popular Açoriano do Dr. Côrtes-Rodrigues, tendo o Dr. José Bruno pedido para que ficasse consignado na acta que a edição do seu livro seria feita por manifesto desejo dos seus amigos e camaradas de trabalho e não a seu pedido.

A 7 de Agosto (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 7. o, do primeiro livro de actas da direcção) foi decidido agradecer a oferta do primeiro número do Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira e foram feitos sócios honorários os senhores: professor doutor Vitorino Nemésio, atendendo aos seus incontestáveis méritos literários e ao carácter insular da sua obra; o tenente-coronel José Agostinho, o Dr. Luís Ribeiro (presidente do Instituto Histórico da Terceira) e o Dr. Henrique Brás (da direcção do mesmo Instituto), a quem muito devem a ciência e as letras açorianas; e o professor doutor Marcelo Caetano, professor ilustre e que em vários trabalhos de direito administrativo tem consagrado especial atenção às coisas açorianas.

Nesse mesmo ano foram ainda feitos sócios correspondentes, entre outros, o Dr. Marcelino de Lima, Dr. Teotónio Pires, Dr. Cândido Forjaz, Dr. Manuel Raposo Marques, Dr. Martim Machado de Faria e Maia Júnior e a professora D. Maria José de Oliveira (Lisboa).

Pela leitura do primeiro livro de actas das reuniões da direcção do Instituto, que se realizaram desde a sua criação até Junho de 1959 e que foram escritas pelo secretário, Dr. Armando Côrtes-Rodrigues com uma letra impecável e grande minúcia de pormenores, temos a exacta noção da importante obra realizada por esta instituição que, servida por uma elite intelectual, teve um papel relevante na vida social e cultural do distrito de Ponta Delgada. Trabalho gratuito e desinteressado, efectuado por pessoas que tinham, simultaneamente, uma intensa vida profissional nos mais variados sectores da vida comunitária e que a desempenhavam, na grande maioria dos casos, com elevada eficiência.

Uma das primeiras e mais importantes iniciativas do Instituto foi tomada a 10 de Janeiro de 1945 e vem relatada na acta da reunião da direcção desse dia:

O senhor presidente informou que ia convocar para o próximo dia 13, pelas 20 horas no Liceu Central de Antero de Quental, uma reunião desta direcção e do seu conselho técnico artístico a fim de tomarem uma resolução para levar a efeito a edificação de um teatro nesta cidade, falta cultural que muito se faz sentir e que as circunstâncias actuais tornaram numa urgente e imperiosa necessidade.

Nessa data foi resolvido agregar ao já existente conselho artístico, cuja composição já foi anunciada acima, os senhores Eng. Francisco Pacheco de Castro e Teotónio da Silveira Moniz e no dia 17 de Janeiro o presidente comunicou:

Que se tinha realizado a anunciada reunião, tendo sido resolvido representar a Câmara Municipal para tomar a iniciativa e por em execução as necessárias diligências para a construção de um teatro nesta cidade, incumbência que esta direcção irá brevemente realizar, promovendo uma larga colheita de assinaturas de todas as pessoas que não podem ser indiferentes a tão urgente necessidade cultural.

Outra importante iniciativa do Instituto Cultural foi tomada na mesma altura foi a deliberação de que a direcção diligenciasse perante o Governador Civil e a Junta Geral para a compra por parte desta da importante «Biblioteca José do Canto» e a sua incorporação na Biblioteca Pública de Ponta Delgada.

Estas duas iniciativas, que acabaram por se realizar, enriqueceram de tal forma o património cultural da cidade, que só elas justificavam o galardão (Medalha de Mérito) que, em 2003, a Câmara Municipal de Ponta Delgada, num acto de justiça, atribuiu ao Instituto Cultural de Ponta Delgada.

É também notória a inteligente utilização de todo esse potencial pelas instituições políticas da altura, Governador Civil, Junta Geral Autónoma do Distrito e Câmaras Municipais, que usavam o Instituto como uma autêntica «Direcção Distrital da Cultura», assim ganhando a eficiência, que nenhum serviço de burocratas lhes daria.

O Instituto Cultural mostra ao longo da sua história, conforme se depreende da leitura das suas actas, um grande empenhamento no contacto com pessoas e instituições, nacionais e estrangeiras, com actividade cultural, não só com a intenção de divulgar as suas obras, especialmente o seu boletim, a Insulana, mas, sobretudo, com o objectivo de dar a conhecer os Açores ao mundo.

Desta forma, eram os recursos financeiros utilizados numa verdadeira acção cultural que ia muito para além das fronteiras do Distrito e mesmo do Arquipélago, prestigiando os Açores e levando essa acção às terras longínquas do Brasil e da América do Norte, para onde muitos açorianos tinham emigrado desde o século XVII.

Tem sido também uma das suas preocupações a busca constante de relações privilegiadas com as outras instituições culturais açorianas, procurando uma colaboração frutuosa, nomeadamente no sentido de uma maior compreensão e unidade entre as Ilhas.

Na impossibilidade de transcrever todo o conteúdo das actas das reuniões da direcção do Instituto Cultural vamos procurar dar uma ideia do trabalho efectuado com a preocupação de levar a acção cultural para além das fronteiras do distrito de Ponta Delgada.

Em Novembro de 1946 (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 32. o) foi solicitada pelo senhor Arménio Dutra a colaboração do Instituto para a exposição dos trabalhos do artista faialense Euclides da Rosa, com trabalhos em miolo de figueira, tendo sido encarregado o Dr. Armando Côrtes-Rodrigues de fazer o que fosse necessário para a dita colaboração.

Tendo sido solicitada, em 1948 (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 46º, da sessão de Março de 1948), a colaboração do Instituto para a «Exposição do Livro Português» que o Instituto de Alta Cultura promoveu em Paris e em Roma, onde serão expostos os melhores livros portugueses editados desde 1923, a direcção resolveu enviar os volumes das Saudades da Terra do centenário de Gaspar Fructuoso, o livro do Dr. Velho Arruda (Colecção de Documentos), o do Padre Ernesto Ferreira e os números da Insulana já publicados.

Da sessão de 19 de Maio (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 48. o) desse mesmo ano consta que:

Tendo esta direcção recebido do Ministério dos Negócios Estrangeiros o pedido para indicar o nome de algumas individualidades açorianas que pudessem representar Portugal no Congresso de História que se deve realizar em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, comemorando a chegada dos primeiros colonos açorianos ao Rio Grande do Sul, foi resolvido indicar para o distrito de Ponta Delgada os nomes dos senhores Dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues e Dr. Carreiro da Costa; para o de Angra do Heroísmo os senhores Dr. Manuel de Meneses e Dr. Francisco Valadão; para o da Horta o Dr. Marcelino de Lima. A direcção viu com pesar não poder incluir os nomes do Dr. Luís Ribeiro e tenente-coronel José Agostinho, depois de prévia consulta feita àqueles ilustres representantes da intelectualidade terceirense.

Em ofício ao Instituto, a Câmara Municipal de Ponta Delgada pedia que lhe fornecessem as informações que eram requeridas por uma carta da gerência da «Arrom Film Distributors», de Londres, acerca de Adam Lindsey Gordon. A direcção informou que aquele escritor não tinha nascido em S. Miguel, mas no Faial em 1833, filho de um oficial do exército inglês da Índia, quando escalou aquela Ilha em trânsito para a metrópole com a sua família. Consta que aos 20 anos se ausentou para a Austrália, onde iniciou a sua carreira literária, publicando algumas obras poéticas que lhe valeram o renome que enalteceu gloriosamente a sua memória. Conta que se suicidou aos 37 anos de idade (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 56. o, da sessão de 23 de Fevereiro de 1949).

Em Março de 1949 (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 57. o, da sessão de 30 de Março de 1949) o Instituto homenageou o escritor Joaquim Paço d’Arcos, oferecendo-lhe um banquete no restaurante «A Pepe», quando da sua estada em S. Miguel.

Em Março de 1950 (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 68. o, da sessão de 29 de Março de 1950) o presidente apresentou o programa estabelecido com a Comissão Insular da Sociedade de Geografia de Lisboa, cuja delegação visitaria os Açores no mês de Junho, no âmbito da comemoração do centenário do nascimento de Roberto Ivens, e que era o seguinte:

A 23 de Junho partida de Lisboa no Carvalho Araújo e chegada a Ponta Delgada a 27. Passeio às Furnas no dia 28 e no dia 29 cortejo cívico a partir da Câmara e dirigindo-se para o local do monumento onde seria colocada uma placa de bronze. Discurso do presidente da Câmara. Passeio às Sete Cidades a 30 e no dia 1 de Julho a sessão solene comemorativa do centenário do nascimento do Explorador com discursos do Presidente da Comissão da Sociedade de Geografia e do presidente do Instituto Cultural.

O Instituto recebeu uma carta do rei Humberto de Sabóia (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 74. o, de 28 de Novembro de 1950) pedindo informações referentes a pessoas, coisas e factos da família de Sabóia existentes em S. Miguel e outra do Dr. Francisco Klors Wernek, do Rio de Janeiro, pedindo os volumes das Saudades da Terra referentes à ilha de S. Miguel para os seus estudos genealógicos. Em Abril de 1951 o capitão Mário de Castellani agradeceu em nome do rei Humberto a carta com a informação acerca da passagem por esta Ilha de dois príncipes da Casa de Sabóia.

O presidente informou: que tendo regressado do colóquio de Estudos Luso-Brasileiros o eminente Professor Doutor Hernâni Cidade, resolvera o Instituto convidá-lo a visitar esta Ilha e aqui fazer uma conferência. Esta realizou-se no dia 6 de Novembro, na biblioteca do Liceu. Em 1951 o Professor foi feito sócio honorário do Instituto (Acta número 79. o do Instituto Cultural de Ponta Delgada, sessão de 30 de Abril de 1951).

A 30 de Janeiro de 1951 foi estabelecido um contracto entre o Instituto e a «National Films Lda», comprometendo-se esta a realizar um documentário de S. Miguel com a metragem mínima de 400 metros e cuja sequência se encontrava aprovada pelo governador do distrito. Após a apresentação do documentário em Ponta Delgada e verificado o cumprimento das restantes obrigações do contrato, o Instituto pagaria à empresa cinematográfica a quantia de 25.000$00 referente à sua comparticipação (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 76. o, de 30 de Janeiro de 1951).

Em 30 de Janeiro foi recebido o pedido dos números da Insulana, para a biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América, que foram remetidos através do Instituto de Alta Cultura.

Na acta de 30 de Outubro encontra-se a seguinte notícia (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 81. o, de 30 de Outubro de 1951):

Tendo a grande poetisa brasileira Cecília Meireles anunciado a sua visita a Ponta Delgada, resolveu esta direcção solicitar da Junta Geral a sua cooperação no sentido de facilitar o conhecimento desta ilha a tão notável figura literária de ascendência micaelense.

No dia 30 de Janeiro de 1953 encerrou a Semana do Livro Açoriano, promovida pelo poeta madeirense Rogério Correia e realizada no Funchal, na Academia de Música da Madeira, em cuja inauguração falou em nome do Instituto o confrade Dr. José Jacinto Pereira da Câmara e foi lida uma mensagem do Instituto dirigida ao presidente do Círculo de Amizade Madeira-Açores (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 84. o, de 30 de Janeiro de 1952).

Dante de Laytano, director do «Museu Júlio de Castilho», de Porto Alegre (Brasil), solicitou ajuda, sugestões, livros e objectos da terra micaelense, para aquela cidade de meio milhão de habitantes, com duas universidades: prova evidente do valor e sentido da colonização luso-brasileira, mas que não possui uma sala com referência e evocação aos fundadores açorianos daquela importante cidade (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 85. o, de 24 de Junho de 1952).

Em 1954 o director literário da Rádio Universidade fez referência, num programa radiofónico, ao número 30 da revista Insulana (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 98. o, de 15 de Março de 1954).

A direcção resolveu incluir no número da Insulana do segundo semestre de 1954 a parte cultural da «Primeira Conferência Insular Açoriana», realizada em S. Miguel e que era constituída pelos trabalhos dos senhores: Tenente-Coronel Frederico Lopes, Padre Júlio da Rosa, Dr. João Anglin, Dr. Ângelo Raposo Marques e Dr. João Bernardo Oliveira Rodrigues (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 101. o, de 13 de Agosto de 1954).

Na acta da sessão de 14 de Março de 1955 consta que:

O presidente apresentou a proposta de um voto de profundo pesar pelo falecimento do eminente açoriano Dr. Luís Ribeiro; digno presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira, pelas altas faculdades do seu espírito, pela sua sólida e invulgar cultura, pelo seu incessante labor nos variados aspectos da sua actividade literária de etnógrafo, jurisconsulto e pensador. A sua morte representa uma perda irreparável para as letras açorianas que à sua pena devem um prestígio e uma projecção internacional que nunca poderão ser esquecidas.

A direcção solicitou ao Dr. José Bruno um estudo da obra do Dr. Luís Ribeiro e do Dr. Aristides da Mota, cujo centenário do seu nascimento decorreria a 12 de Julho desse ano, para serem inseridos na Insulana como homenagem do Instituto a esses dois eminentes açorianos.

O Instituto oficiou ao decano da Faculdade de Letras da Universidade de La Laguna, enviando-lhe os livros pedidos e a lista com aqueles escolhidos pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada para pedir em troca ao Instituto de Estudos Canários (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 108. o, de 28 de Abril de 1955).

A direcção mandou enviar os números da Insulana solicitados pelo Museu de Etnografia e História do Porto e que faltavam na sua colecção (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 108, de 28 de Abril de 1955).

O Instituto recebeu um ofício do director do Museu de Porto Alegre, Dante de Laytano, agradecendo a oferta do livro Colecção de Documentos Relativos ao Descobrimento e Povoamento dos Açores e prometendo a oferta dos três trabalhos da sua autoria: A Influência Açoriana; Açorianos e Alemães; e Cidade Açoriana da América Portuguesa. Outro ofício vindo do Dr. Joaquim Veríssimo Serrão, leitor de português da Universidade de Toulouse, agradecendo em nome dos leitores de português daquela Universidade, as obras editadas pelo Instituto e que lhes tinham sido oferecidas (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 110. o, de 15 de Julho de 1955).

Foram recebidos os seguintes pedidos: do senhor Álvaro Jará do Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, um exemplar do livro do Dr. Velho Arruda; do senhor Gabriel José da Costa, director da «Biblioteca Histórica General S. Martin», da cidade do Recife, solicitando o envio de algumas obras editadas pelo Instituto; do Dr. Herbert Minnemann da Universidade de Hamburgo (Instituto Ibero-Americano) pedindo os volumes que lhe faltavam na colecção insulana daquela biblioteca.

A 12 de Novembro de 1956 foi apresentado um trabalho do associado senhor Tenente-Coronel José Agostinho, presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira, que era destinado à «Segunda Conferência Insular Açoriana»: uma proposta no sentido de se promover um melhor entendimento entre os organismos culturais existentes que quebrasse o isolamento em que têm vivido, para uma mais útil acção de conjunto para a unidade açoriana (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 114. o, de 12 de Novembro de 1956).

Pela mesma altura (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 115. o, de 21 de Janeiro de 1957), a jornalista D. Maria Mendonça, que se deslocava ao Brasil, pediu ao presidente do Instituto umas palavras de saudação para os açorianos ali residentes. A mensagem do presidente foi a seguinte:

O Instituto Cultural de Ponta Delgada jubilosamente aproveita esta feliz oportunidade para transmitir, por intermédio da jornalista senhora D. Maria Mendonça, as suas efusivas saudações a todos os açorianos que labutam no grande País, nosso irmão, que é o Brasil. Fundado para promover e intensificar a cultura literária e histórica, em especial no distrito de Ponta Delgada, sem esquecer, porém, vários aspectos da actividade mental que igualmente interessa a todas as ilhas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, e de Portugal Continental e Ultramarino, o órgão desta instituição, a revista Insulana, tem despertado em alguns meios intelectuais brasileiros vivo interesse, particularmente no que diz respeito às relações entre estes pequenos territórios de Portugal no Atlântico e a grande Pátria da América do Sul onde se fala a língua portuguesa, o mais valioso património que os nossos antepassados legaram aos caros irmãos brasileiros.

Particularmente notável foi a influência açoriana em alguns pontos do território brasileiro, como se prova em estudos recentes, alguns deles publicados na Insulana, nos quais se revela o valor da colonização açoriana para o desenvolvimento e progresso da grande república sul-americana.

Tendo em conta esses factos, não quis o presidente do Instituto Cultural, na Ilha de S. Miguel, de onde tantos valores humanos partiram em épocas passadas à busca de novos destinos no território brasileiro, circunstância que, embora em proporções mais modestas, ainda agora se verifica, não quis o presidente do Instituto, dizia, deixar escapar este ensejo de dirigir aos caros patrícios residentes nesse vasto continente algumas modestas palavras de saudação e estima.

E sendo esta rápida mensagem dirigida na época do Natal, a todos deseja, à maneira portuguesa, boas festas e um Novo Ano muito feliz.

A 14 de Fevereiro de 1958 foi resolvido assegurar a remessa da revista Insulana à «Faculté des Lettres de l’Université de Paris – Institut d’Etudes Portugais et Brasiliens», como foi requisitado pelo respectivo director.

A 16 de Maio de 1958 foi lido o ofício de Fernando de Almeida, açoriano estabelecido no Brasil, acusando a recepção de parte dos livros enviados pelo Instituto para serem por ele colocados nas livrarias do Rio de Janeiro. Nele se informava que: só a Livraria de S. José, do benemérito editor Carlos Oliveira e ponto de encontro dos intelectuais do Rio ou de passagem por aquela cidade, pretendia receber 10 exemplares de cada obra editada por este Instituto (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 120. o, de 16 de Maio de 1958).

Atendendo às dificuldades da remessa do dinheiro do Rio para esta cidade, alvitrou aquele nosso conterrâneo e confrade que se permutassem por edições brasileiras os livros enviados por esta direcção. Foi resolvido aceitar a sugestão e pedir para facilitar o conhecimento dos livros brasileiros que pudessem servir a essa troca de assuntos culturais. Assim contornaríamos as dificuldades decorrentes da oscilação do câmbio e promoveríamos um intercâmbio cultural de interesse recíproco.

A bibliotecária da Biblioteca da Faculdade de Filosofia da Universidade da Baía agradeceu os livros oferecidos pelo Instituto.

Da acta de 8 de Agosto de 1958 consta que (Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta número 121. o, de 8 de Agosto de 1958):

O senhor presidente congratulando-se com a visita a esta Ilha e às restantes do Arquipélago do Professor Dante de Laytano, ilustre professor da Universidade do Rio Grande do Sul e director do Museu de Porto Alegre, propôs a sua nomeação para sócio honorário deste Instituto, atendendo aos altos predicados de cultura literária, etnográfica e histórica, que nele concorrem.

O secretário leu uma carta do consócio belga Albert de Wezenbeck, anunciando a vinda do intelectual flamengo Omer Gravet, para recolher documentos sobre as ancestrais relações entre os Açores e a Bélgica, com o fim de fazer conferências e escrever artigos.

Foi depois lida a carta de Omer Gravet (Acta do Instituto Cultural de Ponta Delgada, n.º 121, sessão de 8 de Agosto de 1958): na qual informa que espera chegar a esta cidade a 4 de Setembro, permanecendo aqui 8 dias, partindo depois para as outras ilhas e que deseja fazer dois filmes com aspectos sonoros, um a preto e branco para a televisão belga e outro colorido para as conferências do círculo flamengo: «Exploration du Monde», do qual foi organizador, e que espera ser recebido pelo Instituto Cultural e ser auxiliado por ele nos seus trabalhos.

O Embaixador dos Estados Unidos da América em Lisboa escreveu ao presidente do Instituto (Acta número 121, de 8 de Agosto de 1958) recomendando o professor Manuel da Silveira Cardoso, da Universidade Católica de Washington, de visita a esta Ilha e que realizaria duas conferências na sala de sessões da Junta Geral: a primeira sobre as «Universidades Americanas» e a segunda sobre «A presença de Portugal nos Estados Unidos».

A direcção resolveu enviar a 52 entidades oficiais estrangeiras uma colecção de discos de folclore popular micaelense, da colheita realizada pelo Professor Artur Santos e editados por este Instituto.

A 28 de Outubro o Instituto Cultural recebeu a oferta do «Institut of Scotland», de discos com «Gaelic Folksongs from the Isle of Barra, published by the lingophone Institut for the Folklore» e a direcção resolveu cedê-los, por empréstimo, à Emissora Regional dos Açores para que se lhes desse a necessária publicidade.

Tendo o Dr. Carreiro da Costa sido convidado para fazer uma conferência na comemoração do centenário do «Amor da Pátria», na cidade da Horta, foi resolvido:

Que fosse ele o portador das saudações e homenagem deste Instituto endereçadas ao «Núcleo Cultural da Horta» e extensivas a toda a população daquele distrito, particularmente à linda ilha do Faial, como expressão de simpatia e admiração do Instituto pelas qualidades morais de que deram comovedoras provas aqueles nossos irmãos açorianos, com votos afectuosos pelas suas prosperidades.

Devido ao impacto de alguns importantes acontecimentos na história política e administrativa dos Açores dos últimos cinquenta anos, o Instituto Cultural de Ponta Delgada sofreu alterações que condicionaram a sua acção, mas que nunca o impediram de manter um papel de relevo na vida cultural do antigo distrito de Ponta Delgada, especialmente na ilha de S. Miguel, onde desde sempre se encontra instalado.

O primeiro embate foi devido à instalação do Governo Regional dos Açores, como consequência da autonomia do Arquipélago consagrada na Constituição da República Portuguesa e que levou ao desaparecimento da Junta Geral, órgão de tutela do Instituto e de quem este dependia financeiramente.

O segundo embate deveu-se à instalação e funcionamento da Universidade dos Açores, que com os seus quadros diferenciados, principalmente no âmbito do departamento de história, que com os seus professores e alunos veio trazer aos Açores uma maior capacidade de investigação e meios próprios para a sua divulgação.

A instalação do Governo Autónomo, com os seus serviços de educação e cultura, veio diminuir a acção dos Institutos (aparentemente todos seriam atingidos da mesma maneira), conforme seria de esperar no que diz respeito à acção que aqueles desenvolviam como órgãos executivos para a cultura das Juntas Gerais e dos Governadores Civis dos Distritos. Mas, em princípio, mantinha-se a sua notável acção editorial, como é facilmente comprovada pela qualidade e quantidade das obras publicadas, algumas indispensáveis para o conhecimento da história dos Açores, e a publicação dos seus «boletins», no caso do Instituto Cultural a revista Insulana, que tem permitido a difusão de trabalhos de investigação de profissionais e amadores da historiografia insular.

Tudo isto foi possível graças ao Governo Regional, que não tendo «vocação editorial» e reconhecendo os notáveis serviços prestados pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, continuou, até há cerca de três anos, a atribuir-lhe um subsídio ordinário, nos últimos anos de 5.000.000$00 anuais, que, sob a administração graciosa de pessoas de reconhecida capacidade intelectual e cultural, continuou a desempenhar a acção cultural a que se encontra obrigado pelos seus estatutos.

O impacto da Universidade dos Açores veio a mostrar-se positivo para o Instituto, que aumentou significativamente o número e a qualidade dos seus sócios efectivos e aproveitou de forma inteligente os seus quadros para reforçar os seus órgãos directivos, dando-lhe um espírito mais jovem e aumentando a sua capacidade, com reflexos visíveis nos seus trabalhos, nomeadamente no aspecto e no conteúdo da sua revista Insulana. Tem essa colaboração sido positiva, tanto para o Instituto, como para a Universidade, pois aquele tem procurado, sempre que possível, dar prioridade às teses de licenciatura e doutoramento dos alunos e professores deste estabelecimento de ensino. O Instituto sente que é procurado pelos elementos da Universidade e considera esse facto como a prova insofismável de que continua a ser útil à vida cultural dos Açores.

O Instituto entretanto alterou o seu quadro de sócios: deixou de haver sócios correspondentes, pois que o estatuto antigo e ainda em vigor atribuía-lhes uma cota que era metade da dos sócios efectivos e dava-lhes as mesmas regalias. O número de sócios efectivos foi alargado e o valor da cota que no momento pagam é de 25,00 euros anuais. O total dos sócios anda pelos 250, mas cerca de 30 são honorários. O Instituto tem um funcionário a tempo parcial a quem paga 150,00 euros mensais. Podemos dizer que o valor total das cotas chega para fazer face à despesa com o expediente normal.

A revista Insulana é distribuída gratuitamente aos sócios, que ainda têm um desconto de 40% em todas as obras editadas pelo Instituto. Estas são vendidas ao público pelas livrarias, praticamente sem lucro para o Instituto. Apesar dos preços praticados, que estão de acordo com o objectivo de difundir a leitura de obras que são importantes para o conhecimento da cultura açoriana, nomeadamente da sua história, verifica-se que a venda é pequena, na grande maioria dos casos, e que o stock de livros em armazém aumenta significativamente.

Esta situação deve-se principalmente à falta de uma estrutura de «marketing» e de distribuição, o que faz com que o Instituto execute as suas vendas unicamente através das livrarias de Ponta Delgada. Outro factor que para isso contribui é o de se terem publicado muitas obras que, embora tenham interesse cultural, não o despertam no público em geral, nem mesmo junto dos sócios do Instituto.

Há três anos o Instituto sofreu um novo embate, resultante da decisão do Governo Regional, através da Direcção Regional da Cultura, de terminar com o subsídio ordinário de 5.000.000$00 anuais (moeda antiga), que eram a principal receita que tinha e que possibilitava o tipo de acção que vinha desempenhando.

Desde aquela data a Direcção da Cultura só subsidia as obras a editar, quando apresentadas individualmente e segundo critérios de um júri nomeado pela Secretaria da Educação e Cultura. Isto quer dizer que na situação do Instituto Cultural de Ponta Delgada (julgamos que os outros institutos açorianos estão na mesma situação) se perdeu toda a autonomia da direcção na escolha das ditas obras.

Parece que a razão desta atitude é ser a secretaria do parecer que estas instituições poderão financiar-se através da obtenção de fundos europeus existentes, mas a falta de meios para pagar a funcionários devidamente habilitados para desenvolverem tão complicado processo invalida tão boas intenções.

Foi neste contexto que a actual direcção do Instituto Cultural de Ponta Delgada tomou posse em Janeiro de 2004 e resolveu adaptar-se da melhor forma possível às circunstâncias, até ter a situação devidamente estudada, o que, em nosso entender, exige um diálogo com os outros institutos da Região, nomeadamente com Instituto Histórico da Ilha Terceira, o Núcleo Cultural da Horta e o Instituto Açoriano de Cultura. Só depois disso poderemos propor uma solução ao Governo Regional.

Entretanto a direcção resolveu reduzir a sua acção editorial e continuar com as actividades que não exigem, para já, meios financeiros avultados. Entre estas estão: a preparação das «Genealogias de S. Miguel e Santa Maria», a cargo de uma «comissão de trabalho», presidida pelo presidente da direcção do Instituto e constituída por sócios, que realizam o trabalho gratuitamente; a homenagem a realizar em Setembro deste ano, ao antigo e já falecido Dr. Lúcio de Miranda, em parceria com a Escola Secundária Antero de Quental; e a preparação da comemoração do centenário da morte do conselheiro Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro, que terá lugar em 2007 e que esperamos venha a ser de âmbito Nacional. Para esse efeito temos já a colaboração da Câmara Municipal de Ponta Delgada, terra da sua naturalidade; da Universidade dos Açores, que procurará realizar um colóquio a nível nacional e da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, onde está depositado o espólio documental do Conselheiro, que deverá ser apresentado ao público. Tratando-se de um político de relevo a nível nacional, esperamos que o convite que será endereçado a outras instituições, particularmente às Instituições Políticas Nacionais e Regionais, seja aceite, o que virá dar a essas comemorações o merecido relevo.

A direcção do Instituto tem também trabalhado, sempre que possível, em parceria com outras instituições, como a Universidade dos Açores, a Câmara Municipal de Ponta Delgada, a Biblioteca Pública de Ponta Delgada, o Conservatório Regional dos Açores, a Escola Secundária Antero de Quental, o Museu Dr. Carlos Machado e as Casas dos Açores de Lisboa e Porto. Procuraremos uma maior colaboração com os outros Institutos Culturais dos Açores; dentro desse espírito temos, no momento, uma parceria com o Instituto Açoriano de Cultura para a reedição da obra do Tenente José Dias, agora em CD.

Procuraremos afincadamente melhorar ainda mais o conteúdo do nosso boletim, a Insulana, e tudo fazer para que a sua publicação se faça com maior regularidade.

Temos a certeza que o Instituto Cultural de Ponta Delgada, vencidas as dificuldades actuais, continuará a sua acção cultural, adaptando-a aos tempos actuais, mas fiel aos objectivos que foram definidos quando da sua fundação e que vêm impressos no primeiro número da Insulana:

Impunha-se à tradição literária da Ilha de S. Miguel, mantida através de todos os tempos, a organização de uma sociedade que congregasse todos os trabalhadores do espírito e lhes criasse, com o aparecimento de uma revista nossa, o estímulo de mais trabalho, arquivando e divulgando produções que poderiam ficar ignoradas ou esquecidas, e abrindo, pela possibilidade de publicação, um novo interesse às investigações históricas, etnográficas, científicas, artísticas e literárias, defendendo e valorizando o nosso património tradicional.

Fontes

Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Ponta Delgada, «Actas da Junta Geral», sessão de 24 de Novembro de 1943.

Instituto Cultural de Ponta Delgada, Acta da sessão da direcção, de 7 de Agosto de 1944.

Idem, Acta número 4. o, do primeiro livro de actas da direcção.

Idem, Acta número 7. o, do primeiro livro de actas da direcção.

Idem, Acta número 32. o.

Idem, Acta número 46º, da sessão de Março de 1948.

Idem, Acta número 48. o.

Idem, Acta número 56. o, da sessão de 23 de Fevereiro de 1949.

Idem, Acta número 57. o, da sessão de 30 de Março de 1949.

Idem, Acta número 68. o, da sessão de 29 de Março de 1950.

Idem, Acta número 74º, de 28 de Novembro de 1950.

Idem, Acta número 76. o, de 30 de Janeiro de 1951.

Idem, Acta número 81. o, de 30 de Outubro de 1951.

Idem, Acta número 84. o, de 30 de Janeiro de 1952.

Idem, Acta número 85. o, de 24 de Junho de 1952.

Idem, Acta número 98. o, de 15 de Março de 1954.

Idem, Acta número 101. o, de 13 de Agosto de 1954.

Idem, Acta número 108. o, de 28 de Abril de 1955.

Idem, Acta número 110. o, de 15 de Julho de 1955.

Idem, Acta número 114. o, de 12 de Novembro de 1956.

Idem, Acta número 115. o, de 21 de Janeiro de 1957.

Idem, Acta número 120. o, de 16 de Maio de 1958.

Idem, Acta número 121. o, de 8 de Agosto de 1958.

Bibliografia

Livro do Primeiro Congresso Açoriano que se reuniu em Lisboa de 8 a 18 de Maio de 1938-1939: Grémio dos Açores (1940). Lisboa, Casa dos Açores.

Arquivo dos Açores (1980). Ponta Delgada, Universidade dos Açores, I.

Insulana (2000), Ponta Delgada, Instituto Cultural, LVI [Actas do «Quarto Centenário do nascimento do Dr. Gaspar Fructuoso»].

 

Última actualização a 11.07.2007 Voltar ao topo