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Index
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Jorge Costa Pereira – Núcleo Cultural da Horta - Apartado 179 - 9900 Horta |
I - A ideia de um Núcleo de Cultura no Faial
1. O Núcleo Cultural Manuel de Arriaga
A ideia de criar na ilha do Faial um organismo que «promovesse uma maior democratização da cultura geral, sobretudo literária» remonta a 1939. Foi um dos seus impulsionadores, Silva Peixoto, que, assumindo a sua paternidade, confirma que, quando chegou à Horta, em 1939, constituiu uma das suas primeiras preocupações a fundação de um organismo «que promovesse uma maior democratização da cultura geral, sobretudo literária. Os grandes escritores contemporâneos eram inteiramente desconhecidos na Ilha do Faial, tanto os nacionais como os estrangeiros. Ninguém falava em Fernando Pessoa, José Régio, Gaspar Simões. Desconhecia-se uma revista como a Presença de Coimbra, ou a Momento de Lisboa. A ignorância dos autores estrangeiros era ainda maior. Em matéria literária tínhamos um atraso de meio século.» Por isso, concluía, tornava-se imperiosa a criação de «um Núcleo de cultura» (PEIXOTO, 1955).
No mesmo sentido se pronunciou Marcelino Lima, nome proeminente da intelectualidade faialense. Numa palestra realizada na Sociedade Amor da Pátria, em Novembro de 1939, aquele autor referia-se «à decadência intelectual que encontra na Horta, outrora tão rica de talentos privilegiados» e que, por isso, urgia «ir ao encontro deste mal, travar o mais sublime dos combates que é o levantamento e o progresso espiritual do nosso povo [...]. Precisamos formar uma elite intelectual a quem se possa entregar os destinos do nosso distrito [...]» (PEIXOTO, 1939). Tal seria a «necessidade imperiosa» que um «Núcleo de Cultura» viria colmatar.
A Comissão Organizadora que preparou a sua constituição era formada por Silva Peixoto, Júlio Andrade e Amílcar Goulart. Juntaram-se-lhes, como sócios fundadores, Marcelino Lima, Osório Goulart e Santos Silveira, entre outros.
A 1 de Dezembro de 1939, foi formalmente constituído o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, com sede na Horta, tomando assim por patrono «um dos mais distintos Filhos da Ilha do Faial, e que tanto se tinha preocupado com a cultura popular» (PEIXOTO, 1955).
O acto inaugural aconteceu nas salas da Sociedade Literária Artista Faialense e presidiu à mesa da sessão José Osório Goulart «que dava a sua direita à também ilustre poetisa da nossa Terra, D. Ana Adelina da Costa Nunes, e a sua esquerda ao Sr. Amílcar Goulart, notável dramaturgo [...]» (Correio da Horta, 5.12.1939).
O artigo primeiro dos Estatutos referia que «é fundado na Horta um organismo de propaganda literária e artística e de cultura popular, cujos fins são o desenvolvimento das Artes e da Literatura, fazendo a propaganda dos escritores portugueses e das suas obras e alargando os conhecimentos gerais, não só dos seus associados como principalmente do meio em que exerce a sua acção» (Correio da Horta, 5.12.1939).
Era missão do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga «[...] ser não só um órgão de difusão da cultura como ainda um elemento orientador em matéria literária e artística. Destina-se também a ser um elemento de unidade e coesão, empregando todas as suas actividades num só corpo destinado a servir a cultura do povo e o progresso intelectual do meio em que age» (Correio da Horta, 5.12.1939).
Disponibilizando-se para, na medida das suas possibilidades, procurar estender a sua acção às restantes ilhas do ex-Distrito da Horta (Pico, Flores e Corvo), o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga consagrava estatutariamente o uso dos seguintes meios: a) a palestra e a conferência, para cuja realização «convidará os seus sócios ou pessoas estranhas a ele» (Correio da Horta, 5.12.1939); b) o teatro, devendo, neste âmbito, manter «um grupo dramático que fará representar peças tanto nacionais como estrangeiras, comprometendo-se a apresentar anualmente um original assinado por um escritor de qualquer das quatro ilhas do Distrito» (Correio da Horta, 5.12.1939); c) a imprensa, prevendo-se «a fundação de um jornal, e no caso de não ser possível a realização deste objectivo, o Núcleo, mediante prévia combinação com qualquer periódico local, poderá organizar uma página exclusivamente destinada à sua propaganda» (Correio da Horta, 5.12.1939); d) a música, onde o Núcleo procurará colaborar na «constituição duma orquestra sinfónica do nosso meio» (Correio da Horta, 5.12.1939).
Integravam ainda os Estatutos, alguns capítulos relativos aos sócios, à Direcção, à Sede e terminavam com as habituais disposições transitórias.
Nessa sessão de 1 de Dezembro, foi eleito por aclamação, para primeiro Presidente do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, o «patriarca das Letras Açoreanas, poeta e orador Osório Goulart» (PEIXOTO, 1955). No final da reunião, foi comunicada a recepção de duas cartas: uma de José Machado Serpa, «apoiando tão sublime missão», e outra no mesmo sentido do Presidente da Junta Geral, José da Silva Ribeiro Peixinho.
Em 1955, dezasseis anos depois, Silva Peixoto, em artigo publicado no jornal Correio da Horta, fazia, como um dos fundadores do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga, o balanço crítico da actividade daquele organismo. No domínio das conferências, referia ele, «o Núcleo organizou um sarau músico-literário para comemorar o centenário do nascimento de Júlio Dinis, único a realizar-se no Arquipélago dos Açores. O segundo serão, efectuado, como o primeiro, no Grémio Literário, desandou em cenas de pugilato por virtude de uns oficiais de marinha, que, embriagados, começaram a invectivar os conferentes e as próprias pessoas presentes. E foi o último» (PEIXOTO, 1955).
No teatro, «o Núcleo não chegou a fazer nada, embora aí tivéssemos grandes esperanças. Eu próprio comprara em Lisboa a cópia dactilografada de uma peça célebre que pensava fazer a estreia do grupo cénico do Núcleo. Mas nasceram dificuldades de montagem e o projecto foi posto de parte [...]» (PEIXOTO, 1955).
Quanto à imprensa, o Núcleo «sem meios materiais, teve que aceitar as duas páginas semanais que lhe ofereceram os dois diários da Horta» (PEIXOTO, 1955).
Com efeito, a partir de 11 de Janeiro de 1940, no jornal Correio da Horta, e 12 de Janeiro, no jornal O Telégrafo, semanalmente, o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga publicou uma página da sua responsabilidade, cuja periodicidade se manteve regular no Correio da Horta até Junho. A partir de Julho, ela foi publicada mais esparsamente e terminou a 11 de Setembro de 1940, com o número 25. N’O Telégrafo, a periodicidade manteve-se regular até Julho, tornando-se, a partir daí, irregular e terminando também a 19 de Setembro, com o número 24.
Ao longo destes nove meses, colaboraram na página publicada no Correio da Horta, Osório Goulart, Amílcar Goulart, Silva Peixoto, Helena Graça Rodrigues, Agnelo Casimiro, Manuel Faria de Melo, José dos Santos Silveira, Júlio Andrade, Raul Tânger Corrêa, António Baptista, Fernando de Aguiar e António Cunha Corrêa Jr..
Na página d’O Telégrafo escreveram Silva Peixoto, Ana Adelina B. da Costa Nunes, José dos Santos Silveira, Machado Serpa, Júlio Andrade, Manuel Tânger Corrêa, José Benarús e António Cunha Corrêa Jr..
Como reconhecia Silva Peixoto, no referido artigo, as páginas do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga mantiveram-se até à «data em que verifiquei que estava sozinho a preenchê-las.» (PEIXOTO, 1955).
Menos de um ano depois de criado, o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga extinguiu-se, numa vida efémera, soçobrando «sem amparo moral nem material» (PEIXOTO, 1955).
Criado antes dos seus congéneres da Terceira (1942) e de S. Miguel (1943), o Núcleo Cultural Manuel de Arriaga foi pioneiro no seu tempo, antecipando uma solução e um caminho de intervenção na área da cultura e da divulgação literária. O advento da Segunda Guerra Mundial com os condicionalismos próprios e as acrescidas dificuldades, o pioneirismo do Núcleo, a sua criação fora da alçada dos meios ligados ao poder de então, o idealismo dos seus objectivos e o seu desfasamento da realidade («o único meio de receita é constituído pelos espectáculos realizados pelo grupo cénico do Núcleo pois que os sócios de qualquer categoria estão isentos do pagamento de cota», refere o Correio da Horta de 5.12.1939), conduziram à duração efémera e ao rápido fim do Núcleo Cultural Manuel de Arriaga.
A sua semente iria, todavia, germinar, noutro contexto e com outra envolvência, em 1955, com a criação do Núcleo Cultural da Horta, simbolicamente sob a presidência da mesma pessoa: José Osório Goulart.
II - A Fundação do Núcleo Cultural da Hosta
Entre o final da década de 1940 e a primeira metade dos anos 50, no Faial consolidou-se a consciência que «a Segunda Grande Guerra Mundial, por mandato da Geografia, trouxe ao nosso meio um movimento extraordinário» (FLAMENGO, 1955), que «o dinheiro jorrou a rodos por todos os cantos da baía, da cidade e das freguesias rurais [...]» (FLAMENGO, 1955), e que «fomos arrastados pelo turbilhão avassalador, impelidos pelas novas fontes de proventos que surgiam, atraídos por outras distracções que se nos proporcionavam, aliciados por uma vida mais faustosa e facilitada que se nos oferecia. [...] E a população desvairada na ânsia do dinheiro, do prazer, do sensacional, do efémero em suma, lançou-se ambiciosamente na pista do ouro [...] e desceu a todas as especulações, revolveu-se sofregamente no lodaçal e relegou para último plano os seus problemas superiores» (FLAMENGO, 1955).
Quem ler a imprensa faialense deste período verificará que era aceite e partilhada a opinião acerca da dimensão, características e causas das dificuldades por que passava a ilha neste período. Um dos artigos que iniciou a abordagem destas questões na imprensa local, cujo autor assinava com o pseudónimo Luís Flamengo, foi publicado no Jornal Correio da Horta, o «Órgão da União Nacional no Distrito». Esse extenso artigo, intitulado «Quo vadis Terra Mea...» motivou uma edição especial do Jornal, com quatro páginas, «a fim de poder dar o devido relevo ao artigo [...] que trata desassombradamente da apatia que infelizmente se vem a verificar nos diferentes sectores da vida faialense», como se justificava na «Nota da Direcção». Aí se reconhecia que «o Faial já conheceu muito melhores dias, que o momento actual não é nada animador e que o futuro se adivinha menos tranquilizador ainda. [...] Estamos pobres de bens, pobres de ideais, pobres de coragem» (FLAMENGO, 1955).
A consciência das dificuldades e dos atrasos era clara: «afinal de contas as nossas decantadas e reais belezas naturais não são procuradas com aquela assiduidade que seria de esperar e não logram ao menos movimentar um turismo caseiro. A baía continua a representar a sua posição privilegiada [...] mas passam-se os dias na esperança vã de vermos recortarem-se no seu molhe as silhuetas dos dominadores do Oceano. O comércio debate-se numa crise assustadora [...]. Os barcos da empresa de navegação [...] demoram quase um dia a lingar mercadoria para terra e em contrapartida carregam em escassas horas todos os produtos que exportamos o que traduz flagrantemente o desequilíbrio da nossa balança económica. [...] Os empregos escasseiam e assiste-se a um gradual e incessante despovoamento da Ilha» (FLAMENGO, 1955).
E se esta opinião acerca dos problemas do Faial era partilhada por outros autores que regularmente marcavam presença nas páginas dos jornais, também era consensual a defesa de que «só pela educação das gentes desta Ilha se poderá conseguir a sua solução» (IGNOTUS, 1955).
Defendia-se, assim, a criação de «uma Escola Comercial e Industrial nesta cidade onde os futuros empregados comerciais e até alguns patrões iriam colher uma educação que lhes dignificaria a sua profissão;» a criação de «um Asilo-escola que faça “Homens d’amanhã” de rapazes hoje destinados a uma vida de miséria e brutalidade;» a criação de «um Centro extra-escolar da Mocidade Portuguesa a fim de que a juventude operária possa gozar os mesmos privilégios da juventude liceal;» a criação de «cursos anuais agro-pecuários nas nossas freguesias rurais, onde os futuros agricultores possam ir buscar os conhecimentos necessários à sua vida do campo, de forma a acompanharem os progressos da técnica moderna;» a criação de «cursos de ensino doméstico que ajudem as nossas raparigas quer da cidade quer do campo, a preparar-se para a sublime missão de mães;» a criação de «mais Casas do Povo, fonte de cultura do habitante rural;» o auxílio às «agremiações desportivas para que estas possam cumprir cabalmente a sua altruísta missão;» o apoio às «nossas filarmónicas, pois a música está na alma de todo o ilhéu;» a libertação dos filiados dos Sindicatos e Casa dos Pescadores «da atmosfera sufocante das tabernas;» a criação de «um Grupo Cultural, nesta cidade, que tenha por função dirigir, apoiar e estimular todas as manifestações culturais da ilha,» a criação de «um Posto Emissor nesta cidade [...];» o auxílio à «Imprensa, porta-voz dos interesses da Terra [...]»; a atenção à formação religiosa e ao incutir «nas crianças o gosto pela música, teatro, desenho, canto coral, ginástica, desportos [...]» (IGNOTUS, 1955). Tal era o programa que se propunha para atalhar a crise sentida.
No Faial da última parte da década de 40 e da primeira da década de 50 havia, portanto, a consciência de uma certa decadência e apatia em que a ilha havia mergulhado, às quais se associava, como solução, a defesa de uma intervenção privilegiada nas áreas da educação e da cultura, a forma de contribuir para a alteração das mentalidades, que se desejava.
Após a criação do Instituto Histórico da Ilha Terceira, em 1942, e do Instituto Cultural de Ponta Delgada, em 1943, e, sobretudo, após a divulgação das notícias sobre as actividades que promoviam, acentuou-se, no Faial, no final da década de 40, a reivindicação, expressa novamente em movimento de opinião na imprensa local, que reclamava a criação na Horta de «um pequeno Instituto ou Círculo, ou coisa parecida, que agregue em si todos aqueles que, numa ânsia de saber, se preocupam com as coisas do espírito, com o belo, com o sublime [...]» (PICO, 1948).
Entre os líderes de opinião deste novo movimento estava, outra vez, Silva Peixoto. No jornal Correio da Horta de 20 de Outubro de 1948, depois de descrever alguns aspectos da actividade cultural em Ponta Delgada e na Terceira, referindo-se aos seus Institutos, desafiava os faialenses a olharem para si: «nem Institutos, nem Círculos; e no campo artístico apenas a actividade dos nossos grupos de teatro amadores. Não merecemos também ter um órgão que vele pela vida mental faialense e ensine ao presente a lição do passado, rebuscando documentos, investigando, revelando poetas e prosadores e todos quantos se interessaram pelo progresso intelectual desta Terra? Para que são esses braços cruzados e esta apatia geral?» (PEIXOTO, 1948).
No Correio da Horta, de 10 de Novembro de 1948, um Zé do Pico retomava a temática, a argumentação, as interrogações pelo nosso atraso em relação a S. Miguel e Terceira e garantia que «o Distrito da Horta, ontem como hoje, pode ainda reunir uma dúzia de pessoas, que ainda dispensam um bom bocado dos seus ócios à leitura dos bons livros, à ilustração séria e honesta da sua mentalidade. Não cito nomes. Eles aparecerão, quando alguém se propuser tomar a iniciativa da fundação do “nosso” instituto literário ou cultural» (PICO, 1948).
A 14 de Novembro de 1948, o jornal O Telégrafo reconhecia que «é bastante sentida a não existência de um Instituto de Cultura na ilha do Faial» e afirmava, avisadamente, que isso «impõe a publicação de um órgão, e esse órgão só pode existir com o patrocínio da Junta Geral do Distrito. Por isso, o primeiro passo indicado é saber-se com o que se conta, pois sem finanças, nada feito.»
Alguns dias depois, o mesmo jornal garantia que a notícia «despertou, como era de esperar, justificado interesse, e trouxe-nos boas palavras de estímulo. [...] E o apoio que nos tem sido oferecido é, já por si, garantia de que, se houver estímulo “oficial”, o Instituto de Cultura da Ilha do Faial entrará, muito brevemente, em boa actividade prática [...]» (O Telégrafo, 18.11.1948).
No Correio da Horta, Melo Furtado defendia, acerca da denominação desse organismo cultural, que «preferiria círculo a instituto; esta designação envolve já certas responsabilidades; a outra exprime melhor, creio eu, a reunião circular, em jeito de távola redonda, daqueles que se batem pelo espírito [...]» (FURTADO, 1948).
Cerca de um ano depois destes artigos, Carlos Fragueiro, n’O Telégrafo, retomava a temática e interrogava se «não haverá gente, neste distrito, capaz de manter de pé, em forma que nos não envergonhe aos olhos estranhos, uma revista onde se arquivem (anualmente ou semestralmente) documentos e estudos referentes à história das quatro ilhas ocidentais e em cujas páginas se ponha a salvo alguma coisa do que ainda restar da nossa riqueza folclórica? [...] Penso que se deve tratar a sério de dar realidade a esta coisa, para muitos julgada supérflua ou mesmo rematada tolice, mas que é necessário organizar-se: um Instituto Histórico da Horta!» (FRAGUEIRO, 1949).
Independentemente de algumas divergências na designação a dar ao novo organismo, a opinião escrita na imprensa faialense deste período utiliza quase sempre a mesma argumentação na sua defesa: Ponta Delgada e Angra do Heroísmo têm os seus Institutos; criaram-se e desenvolveram-se sem dificuldades; realizavam variadas actividades culturais; davam à estampa as suas publicações; para, de seguida, apelar ao orgulho próprio dos faialenses, questionando-os sobre «o que fazemos? Porque não acompanhamos esse movimento, essa vida nova que tão óptimos resultados há já alcançado nas ilhas irmãs? [...] Não nos faltam valores literários» (PICO, 1948).
No culminar deste processo, a 20 de Março de 1954, catorze cidadãos constituíram o Núcleo Cultural da Horta (NCH), subscrevendo os seus Estatutos. Foram eles José Osório Goulart (escritor e conferencista, 1868-1960), António Xavier de Mesquita (advogado e professor liceal, 1888-1963), Alberto Campos de Medeiros (médico-cirurgião, 1896-1976), Gabriel Baptista de Simas (professor liceal, 1890-1966), Manuel Linhares de Andrade (advogado, 1913), Júlio da Rosa (sacerdote e investigador, 1924), Frederico de Menezes Avelino Machado (engenheiro e vulcanologista, 1918-2000), António Macedo Lacerda Forjaz (farmacêutico, 1916-1980), Constantino de Freitas Amaral (médico-veterinário, 1916-1995), Manuel dos Santos Lopes (escritor e funcionário da Cable & Whireless, 1907-2005), Tomás da Rosa Pereira Jr. (professor liceal e escritor, 1921-1994), Manuel Alexandre Madruga (professor liceal, 1914-1997), Manuel Ribeiro da Silva (engenheiro-agrónomo, 1915-2001) e José Benarús (professor liceal, 1915-1997).
O tempo que mediou entre a feitura dos Estatutos e a sua aprovação ministerial (mais de um ano!) levantou novas dúvidas na concretização de tão ambicionado projecto. Em «Lamentações de um Distinto Faialense», Silva Peixoto dava público conhecimento de uma carta que havia recebido de Marcelino Lima, em que este se lamentava por o esperado «grupo cultural» tardar em concretizar-se «por bizantinismos incompreensíveis» e que por ter «alguns trabalhos concluídos e alguns documentos históricos que destinava ao Boletim, a publicar, mas pelo que vejo, o sonho não se realiza, tendo que passar pela vergonha de pedir para esses meus trabalhos, um cantinho de publicidade nos boletins culturais de Angra ou P. Delgada» (PEIXOTO, 1955). Acrescentava Silva Peixoto que, tendo a Junta Geral já dado o seu acolhimento ao novo organismo, «fiquei aguardando a sua criação para o que não faltava já o amparo administrativo e o talento dos homens encarregados de lhe dar forma e figura. Mas o tempo escorre, inexorável, e o projectado Círculo Cultural não surge» (PEIXOTO, 1955).
1. Estatutos e objecto
«O Ex.mo Governador do Distrito, Sr. Dr. Freitas Pimentel, recebeu comunicação do Sr. Dr. Gomes Belo, Inspector do Ensino Secundário, de haverem sido aprovados os Estatutos do Núcleo Cultural da Horta. Muito nos regozijamos com este facto que corresponde a uma grande aspiração dos faialenses e pela qual S. Ex.a o Governador se empenhou devidamente». É este o teor completo da primeira notícia da aprovação dos Estatutos do NCH, dada pelo jornal Correio da Horta a 16 de Março de 1955, sob o título «Núcleo Cultural» e que, em 17 de Março, com o título «Estatutos do Núcleo Cultural», seria também veiculada pelo jornal O Telégrafo.
Os Estatutos, aprovados por despacho ministerial de 24 de Março de 1955, atribuem ao NCH a competência de: «a) Promover ou patrocinar estudos históricos, etnográficos, linguísticos e científicos, relativos ao Arquipélago dos Açores e, em especial, às ilhas do Distrito da Horta; b) Promover a publicação ou divulgação de trabalhos culturais, de reconhecido valor; c) Promover ou patrocinar outras manifestações culturais de várias naturezas, compatíveis com a actividade do Núcleo» (Art.º 2.º dos Estatutos).
Para o exercício das competências descritas, as actividades do NCH poderão incluir: «a) A publicação regular de um boletim; b) A organização de conferências, espectáculos ou exposições de reconhecido interesse cultural; c) A organização ou patrocínio de outras actividades culturais, incluindo a manutenção de museus, arquivos ou bibliotecas» (Art.º 3.º dos Estatutos).
2. Direcções
De acordo com o respectivo Livro de Actas, a primeira Assembleia Geral foi realizada a 28 de Abril de 1955, nos Paços da Junta Geral do Distrito da Horta, presidida pelo sócio fundador Gabriel Baptista de Simas e na presença de dez sócios. Nela foi eleita a primeira direcção do NCH, constituída por: Osório Goulart (Presidente); Pe. Júlio da Rosa (Vice-Presidente); Tomás da Rosa (Secretário); Frederico Machado (Tesoureiro); Manuel Ribeiro da Silva e António Macedo Lacerda Forjaz (Vogais). O Conselho Fiscal era constituído por Constantino de Freitas Amaral (Presidente), Manuel Linhares de Andrade e Gabriel Baptista de Simas (Vogais).
Após a eleição dos Corpos Gerentes, mandatados para o triénio 1955-1957, «o Núcleo Cultural da Horta começou a funcionar a 18 de Julho de 1955» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 3).
Cumpria-se, assim, um desejo antigo e uma necessidade sentida pela sociedade faialense: a Horta tinha o seu Instituto de Cultura!
A constituição de cada um dos corpos directivos nos mandatos subsequentes encontra-se listada, cronologicamente, no Anexo I.
3. O Boletim do NCH
Logo no primeiro relatório apresentado pela Direcção à Assembleia Geral do NCH era confirmada a prioridade que se pretendia dar, no conjunto de actividades, à publicação do Boletim: «Nos meses de Julho a Dezembro 1955 a Direcção limitou-se a instalar o serviço e a iniciar as diligências para a publicação de um boletim que tem sido considerado como a sua principal actividade» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 3).
Não admira, pois, que o Boletim tenha surgido como que o «rosto» do Núcleo e o local de acolhimento para a «publicação ou divulgação de trabalhos culturais de reconhecido valor» (art.º 2.o dos Estatutos), relativos ao Arquipélago dos Açores e em especial às ilhas do ex-distrito da Horta.
O primeiro número do Boletim foi editado em Dezembro de 1956. Nesse número colaboram Marcelino Lima, Osório Goulart, Frederico Machado e Pe. Júlio da Rosa. Para além destes colaboradores têm trabalhos publicados ao longo dos vários números do Boletim outros importantes nomes da intelectualidade faialense e açoriana, designadamente Júlio Andrade, Florêncio Terra, António Lourenço da Silveira Macedo, Pedro da Silveira, Adelina da Costa Nunes, Rodrigo Guerra, Victor Hugo de Lacerda Forjaz, Ernesto Rebelo, João Teixeira Soares de Sousa, António Ferreira de Serpa, Manuel Ávila Coelho, Avelino de Freitas de Meneses, José Guilherme Reis Leite, Ricardo Manuel Madruga da Costa, Luís M. Arruda, J. Ávila Martins, Urbano Bettencourt e Álamo de Oliveira.
Ao longo dos treze números publicados até agora (e em que alguns deles se desdobram em vários fascículos) perpassam temas e assuntos muito diversos que abrangem várias áreas que vão desde a História, o Folclore, a Filologia, a Etnografia e o Artesanato até às Ciências Naturais, Pescas e Geologia/Sismologia.
A maioria das edições foram compostos e impressos nas Oficinas do «Correio da Horta», nesta cidade, e, em menor número, nas Oficinas Tipográficas de Ramos, Afonso e Moita (Lisboa), na Empresa Coingra (Ribeira Grande), na Coimbra Editora Lda. (Coimbra), nas Oficinas Gráficas Barbosa e Xavier (Braga) e na Sersilito – Empresa Gráfica S.A. (Maia).
Até 1963 a publicação do Boletim manteve-se regular, entrando, a partir daí, em fases de maior ou menor atraso, acabando mesmo por perder a sua periodicidade anual em 1965, substituída por biénios (1966-67, 1968-69, 1989-90, 1991-92, 1996-97), triénio (1993-95), quadriénio (1985-88) e quinquénios (1970-1974, 1975 -1979, 1980-84).
Com o número 13 (2004), o Boletim do NCH, agora sob a responsabilidade editorial de Luís M. Arruda, mudou de apresentação e arranjo gráfico, e, assumindo-se como número «de transição», aposta em constituir «uma nova série a iniciar em 2005, [...] que se pretende de temas», em que «o tema de cada ano, que constituirá o primeiro espaço do Boletim, será tratado por autores convidados de modo a assegurar o seu corpus e a sua periodicidade» (ARRUDA, 2004: 9). Pretende ainda manter uma secção, denominada Vária, onde serão acolhidos artigos sobre outras matérias, e um espaço de Revista de Livros, recenseando as publicações feitas nos Açores ou que a estas ilhas interessem.
4. Instalações
A sobrevivência e viabilidade do NCH nos seus primeiros anos, deveu-se, sem dúvida, aos apoios recebidos da Junta Geral do Distrito, que constituíram a sua quase única fonte de financiamento, como é visível nos vários Relatórios e Contas de Gerência. Aliás, essa relação umbilical começara já no processo da fundação do Núcleo, onde era visível a ligação da maioria dos seus fundadores à Junta Geral, onde tinham ou viriam a ter responsabilidades várias: Manuel Linhares de Andrade, como presidente; António Macedo Lacerda Forjaz e José Benarús, como vice-presidentes; Constantino Freitas do Amaral e Manuel Ribeiro da Silva, como directores dos serviços veterinários e agrícolas, respectivamente; Frederico de Menezes Avelino Machado e Manuel Alexandre Madruga, como vogais.
Esse apoio expressou-se ainda na cedência das instalações dos «Paços da Junta Geral» para a «sede provisória» do NCH, tendo esta aí se mantido até Março de 1966, altura em que a direcção decidiu «mudar a biblioteca do Núcleo para uma sala da Fayal Coal cedida para esse fim, passando portanto a efectuar lá as reuniões» (Livro N.º 2 das Actas da Direcção: 39v.). Em 1968, esse primeiro andar da «Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, Lda.», na rua Vasco da Gama, era já designado como a «nova sede do Núcleo» (Livro de Actas da Assembleia Geral: 10).
No decurso dos anos 70, a Sede do NCH passou para o Museu da Horta e aí se manteve até ao início da década de 1990, quando a necessidade de espaço sentido por aquela instituição obrigou à saída do NCH. A partir daí, o Núcleo deixou de ter instalações, reunindo-se na Casa de Cultura da Horta ou na Biblioteca Pública e Arquivo da Horta e a sua Biblioteca ficou depositada na denominada Casa Grande até que as obras naquele imóvel obrigaram o Núcleo a alugar um espaço no imóvel da antiga Sociedade de Carvão e Fornecimentos do Faial, L.da, onde ainda hoje mantém a sua sede provisória.
III - As vicissitudes do presente
O NCH foi uma resposta às necessidades e exigências da sociedade faialense de meados do século passado. Sustentado numa elite, com ligações várias ao poder vigente na altura e no qual encontrou o suporte financeiro para a sua actividade, a verdade é que o NCH pautou a sua intervenção pelo registo dominante da irregularidade na sua presença e actividade, visíveis nos períodos de ausência do Boletim, na inexistência de outras publicações editadas e nas poucas iniciativas culturais próprias verdadeiramente marcantes.
O advento do 25 de Abril de 1974, a democratização cultural que o acompanhou, o surgimento do Governo Regional dos Açores, com os seus departamentos na área da cultura que promovem actividades próprias, a progressiva intervenção das autarquias locais na organização de eventos culturais, a fundação e consolidação da Universidade dos Açores, todas estas alterações estruturais restringiram o espaço de intervenção e o papel do NCH e, também, dos restantes institutos culturais açorianos.
Mantiveram-se, neste período, as dificuldades na edição do Boletim, mas foi iniciada a publicação de várias obras, de natureza vária, que têm contribuído para o cumprimento dos objectivos estatutários do NCH. Em 1993, em colaboração com a Casa de Cultura da Horta, iniciou-se aquela que terá sido até à data uma das mais relevantes iniciativas do NCH: a realização, do Colóquio «O Faial e a Periferia Açoriana nos Séculos XV a XX». Privilegiando a história da periferia açoriana nas suas diversas áreas, com o objectivo de motivar e incentivar a investigação histórica sobre as ilhas menos «estudadas» (e, por isso, periféricas), nomeadamente Santa Maria, Graciosa, S. Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo, o Colóquio conheceu três edições (1993, 1997 e 2002), deu um importante contributo para a divulgação e conhecimento da História dos Açores e ganhou já lugar próprio nos eventos do género que se realizam nos Açores.
O presente do NCH é determinado por três grandes conjuntos de dificuldades, que podem ser abordados sistematizadamente assim: a) Recursos humanos – embora as páginas do Boletim tenham estado sempre abertas à colaboração que se integrasse nos objectivos da instituição, e apesar do aumento significativo de licenciados que se fixaram nesta ilha nos últimos 25 anos (na administração regional, nas várias escolas, no pólo da Universidade), a verdade é que a grande maioria deles se manteve sempre longe da colaboração e da publicação de estudos ou de investigação no Boletim. Aqui radicou uma das causas primeiras da dificuldade em manter uma periodicidade regular na sua publicação, privado de textos originais para publicar e incapaz de garantir continuidade e regularidade aos poucos que surgiam. b) Instalações – O NCH nunca possuiu instalações próprias onde pudesse desenvolver a sua actividade. Aquelas por onde tem andado foram sempre provisórias. À semelhança dos apoios e facilidades neste âmbito concedidas a instituições congéneres de outras ilhas, em 1995 o Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, deliberou incluir no projecto de reabilitação e adaptação da Casa Grande, instalações destinadas ao NCH. Tal decisão foi, no entanto, suspensa em 1997. O novo Governo Regional desvinculou-se do compromisso público e escrito existente, invocando que «O actual Governo nunca assumiu tal compromisso» (Oficio n.º 5008, de 27.7.1999, da Direcção Regional da Cultura). As novas orientações passaram a ser as de que «O Núcleo Cultural da Horta [...] deverá encontrar outro tipo de instalações». O resultado está à vista: o NCH continua sem instalações próprias e foi obrigado a alugar o espaço que hoje ocupa e que lhe consome uma fatia das parcas verbas de que dispõe! c) Financiamento – Até 1974 o NCH dependeu em absoluto dos subsídios que regularmente recebia da Junta Geral. Depois, esse lugar foi ocupado pelo Governo Regional dos Açores. De início generoso, depois progressivamente mais avaro e parco, o Governo Regional tem vindo a minguar os seus apoios na proporção da realização dos próprios eventos que tem organizado, chegando-se à situação presente em que as verbas concedidas para alguns projectos são meramente simbólicas. A este afastamento do Governo Regional tem sucedido uma maior abertura e disponibilidade da Câmara Municipal da Horta em estabelecer parcerias à volta de actividades comuns que, desse modo, tem sido viabilizadas. É o caso da realização do Colóquio «O Faial e a Periferia Açoriana nos Séculos XV a XX» que, desde a última edição, contou com aquela autarquia entre as entidades organizadoras. A mesma disponibilidade tem sido também possível encontrar em projectos pontuais junto das Câmaras Municipais da ilha do Pico.
IV - Os desafios do futuro
Qual o lugar do NCH no contexto dos vários organismos e instituições que intervêm na área da cultura no Faial e nos Açores? Como articular sem duplicar, como cooperar sem concorrer com os organismos do Governo Regional, as autarquias locais, ou a própria Universidade? Como encontrar e fortalecer um espaço próprio, que não seja repetição nem concorrência?
Por outro lado, cinquenta anos depois, os objectivos do NCH mantêm-se? Numa sociedade em que o acesso e o usufruto da cultura se democratizaram, tem sentido a sua feição elitista? Como dar-lhe uma nova dimensão? E que lugar deve ocupar na ordem dos saberes? A proximidade do saber universitário ou a opção pela cultura dita popular? E numa sociedade contemporânea determinada pela massificação e pelo império do audiovisual, que lugar para as formas culturais ainda predominantemente livrescas?
O primeiro desafio do futuro com que se defronta o NCH é, sem dúvida, o de encontrar o seu lugar no conjunto das instituições culturais da ilha do Faial e dos Açores. E essa reflexão depende do próprio Núcleo, do seu dinamismo interior e da capacidade dos seus associados e corpos dirigentes em apreender e perceber o tempo presente e as aspirações e expectativas da comunidade em que se insere, procurando, a partir daí, agir em conformidade.
Não tenho dúvida que, neste âmbito, o lugar do Núcleo não deverá ser nem o do eruditismo elitista, nem o da cultura popular, antes, sim, um espaço híbrido, movente, dinâmico, que se situa entre a erudição e a investigação universitárias e a ligação à comunidade concreta que serve e à dimensão popular que uma divulgação cultural actuante exige.
Por outro lado, constitui também um desafio determinante para o NCH o de encontrar financiamento regular e suficiente. Inserido numa comunidade com cerca de 15.000 habitantes, com um tecido empresarial de poder limitado e na sua maioria sem disponibilidades para investir em actividades culturais, dificilmente o NCH conseguirá quebrar a dependência financeira dos apoios oficiais. Por isso, uma outra clarificação, até hoje nunca feita, se exige também: a de saber o que quer o Governo Regional dos institutos culturais existentes nos Açores? Que espaço de actuação lhes reconhece e que relacionamento financeiro pretende com eles manter? Entende-os como parceiros privilegiados e capazes de assumir algumas vertentes da intervenção cultural, ou continua a ver neles concorrentes que disputam não só o sempre pequeno orçamento da cultura, mas também as «actividades oficiais»?
Reconhecendo-se aos institutos culturais açorianos o seu papel no desenvolvimento e promoção da cultura, a sua acção no progresso da sociedade e o seu inestimável contributo para a pluralidade cultural e democratização do saber e do conhecimento, não faz então sentido outra política e outro rumo que não sejam o da imprescindível cooperação regional.
Cooperação, desde logo, por parte das entidades oficiais, governo e autarquias, reconhecendo aos institutos culturais o lugar de parceiros, em dignidade e apoio, no desenvolvimento cultural da Região.
Cooperação também entre os próprios institutos, rendibilizando meios, potenciando iniciativas e dando dimensão regional à sua intervenção. Sem perderem a sua ligação às ilhas que os geraram – da qual emana muita da sua força e identidade –, e sem abandonarem a feição própria que devem manter como resposta às solicitações do seu meio e da sua comunidade, os institutos culturais açorianos necessitam também de iniciar, em conjunto, um caminho ainda por explorar: o do cumprimento de objectivos comuns e de partilha de projectos. Este é um desafio e uma necessidade dos novos tempos. Para que, também pela solidez da cultura, se faça das nossas nove ilhas verdadeiramente uma Região.
Fontes
Arquivo do Núcleo Cultural da Horta, Livro de Actas da Assembleia Geral do Núcleo Cultural da Horta, 1955, fls. 1-13.
Arquivo do Núcleo Cultural da Horta, II Livro de Actas da Direcção do Núcleo Cultural da Horta, 1961, fls. 1-50.
Bibliografia
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FLAMENGO, L. (1955), Quo Vadis Terra Mea..., Correio da Horta, Horta, n.o 6.744, 20 de Janeiro: 1-4.
IDEM (1955), Ad Renascentiam Per Juventutem, Correio da Horta, Horta, n.o 6.834, 7 de Maio: 1-4.
FRAGUEIRO, C. (1949), Porque se não organiza um Instituto Histórico na Horta?, O Telégrafo, Horta, n.o 14.967, 12 de Outubro: 1-2.
FURTADO, M. (1948), Círculo Cultural da Horta, Correio da Horta, Horta, n.o 4.949, 29 de Dezembro: 1.
Grupo Cultural Manuel de Arriaga (1939), Correio da Horta, Horta, n.o 2.300, 5 de Dezembro: 1.
IGNOTUS Jr. (1955), Quo Vadis Terra Mea... – Uma referência... Uma opinião..., Correio da Horta, Horta, n.o 6.783, 8 de Março: 1.
Instituto de Cultura da ilha do Faial (1948), O Telégrafo, Horta, n.o 14.701, 14 de Novembro: 1.
Instituto de Cultura da Ilha do Faial (1948), O Telégrafo, Horta, n.o 14.704, 18 de Novembro: 1.
PEIXOTO, S. (1939), Uma palestra e uma lição, Correio da Horta, Horta, n.o 2.291, 23 de Novembro: 1.
IDEM (1948), E nós?..., Correio da Horta, Horta, n.o 4.887, 20 de Outubro: 1.
IDEM (1955), Lamentações de um Distinto Faialense, Correio da Horta, Horta, n.o 6.777, 1 de Março: 1.
IDEM (1955), Entre dois «Núcleos», Correio da Horta, Horta, n.o 6.995, 18 de Novembro: 1.
PICO, Z. (1948), Movimento Cultural, Correio da Horta, Horta, n.o 4.905, 10 de Novembro: 1.
Anexo I
Constituição dos corpos directivos do NCH desde 1958
1. De 1958 a 1961
Direcção: Presidente – Frederico Machado; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Lusa Dart Garcia; Tesoureiro – José Benarús; Vogais – Pe. Júlio da Rosa e Tomás da Rosa.
Conselho Fiscal: Domingos Homem Garcia (Presidente), Manuel Linhares de Andrade e Ana Adelina da Costa Nunes (Vogais).
2. De 1962 a 1967
Direcção: Presidente – Manuel Linhares de Andrade; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – Pe. Júlio da Rosa e Tomás da Rosa.
Conselho Fiscal: Luís Carlos Decq Motta (Presidente), José Benarús e Lusa Dart Garcia (Vogais).
3. De 1968 a 1972
Direcção: Presidente – Pe. Júlio da Rosa; Vice-Presidente – António Sebastião Goulart; Secretário – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – João Matos do Nascimento e José da Silva Duarte
Conselho Fiscal: António Macedo Lacerda Forjaz (Presidente), Constantino Freitas do Amaral e Tomás da Rosa (Vogais).
4. De 1973 a 1987
Direcção: Presidente – Pe. Júlio da Rosa; Vice-Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Secretário – Artur Madruga; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – Manuel Linhares de Andrade e José da Silva Duarte
Conselho Fiscal: António Macedo Lacerda Forjaz (Presidente), Jorge Mora Porteiro e Alberto Madruga da Costa (Vogais).
5. De 1988 a 1991
Direcção: Presidente – Fernando Faria Ribeiro; Vice-Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Secretário – Ricardo Madruga da Costa; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – José Ávila Martins e Tomás Duarte Júnior.
Conselho Fiscal: Maria de Fátima Freitas Baptista (Presidente), Jorge Costa Pereira e Estela Brum (Vogais).
6. De 1992 a 1993
Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – José Elmiro Rocha; Secretário – Ricardo Madruga da Costa; Tesoureiro – Thiers de Lemos Jr.; Vogais – Jorge Costa Pereira e Eugénio Leal.
Conselho Fiscal: Ricardo Sousa Pinheiro (Presidente), Estela Brum e Francisco António Pimentel Gomes (Vogais).
7. Desde 1994
Direcção: Presidente – Maria Zoraida de Saldanha Nascimento; Vice-Presidente – José Elmiro Rocha; Secretário – Francisco António Pimentel Gomes; Tesoureiro – Manuel José Simas de Lemos.; Vogais – Jorge Costa Pereira e Eugénio Leal.
Conselho Fiscal: Ricardo Sousa Pinheiro (Presidente), Estela Brum e Fernando José Goulart Porto (Vogais).
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